O DADAÍSMO COMO MOVIMENTO LITERÁRIO DE VANGUARDA
João Ferreira
1 de novembro de 2001
1. O estudo do dadaísmo faz parte do programa de quem se dedica à pesquisa dos movimentos literários modernistas, futuristas e vanguardistas da primeira metade do século XX.
2. O termo "Dadaísmo" provém do nome Dadá, criado pelo romeno Tristan Tzara.
3. Chama-se "dadaísmo" ao movimento de vanguarda literária, surgido na Europa no período da I Guerra Mundial, cujos objetivos estão contidos no "Manifesto do senhor Antifirina", lido na primeira manifestação dadá em Zurique,Suíça, em 14 de julho de 1916 por Tristan Tzara ,e no "Manifesto Dadá 1918".
4. Dadá é apresentado como uma palavra mágica. Dadá, declara o "Manifesto Dadá 1918", não significa nada.
5.O dadaísmo é uma crítica à literatura individualista que não chega às massas, o não-me –importismo que salva apenas as próprias condições. É de teor anarquista, e burlesco, onde o varrer, o limpar, a loucura agressiva e indomável, e a decomposição levam a um nihilismo destrutivo total. É contrário aos sistemas: "o mais aceitável dos sistemas é o de não ter princípio algum". "Dadá não quer nada, não pede nada. Apenas se move e gesticula para que o público diga: nós não compreendemos nada, nada, nada.". Numa carta datada de 1919, Tzara dizia que "mais do que uma escola literária ou artística, o dadaísmo é uma intensa forma de viver".
6.A insatisfação, a crítica e o nojo dadaísta insurgem-se contra um mundo deformado e contra a guerra. De um lado, o movimento é acima de tudo protesto. De outro lado, porém, o dadaísmo é a favor da abolição da lógica. E retomando a proclamação de Marinetti em "Manifesto sobre o Futurismo(1909), volta-se também contra o passado. Dadá é a adesão a atitudes espontaneístas e a todas as individualidades na sua loucura de momento. Dadá é a voz do entrelaçamento dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos, das inconsequências. 7. "Dadá não é loucura nem sabedoria, nem ironia, entenda-me gentil burguês", diz Tzara no "Manifesto do senhor antifirina".
8.Destruindo as hierarquias intelectuais, os escritores dadás caíram no puro irracionalismo, utilizando recursos como o automatismo psíquico que será posteriormente desenvolvido pelos surrealistas. Outra carcaterística é a exploração do mundo pré-lógico através das livres associações de palavras e metáforas.
9.De março a junho de 1920 decorreu a temporada da máxima agitação dadaísta. O ano de 1921 marca o fim do apogeu e o começo da decadência do movimento.
10. O Movimento teve a adesão internacional de significativas figuras do meio literário, e seus grandes centros de expansão foram Zurique, Paris, Berlim e Nova Iorque.
ALGUMA BIBLIOGRAFIA
ADES, Dawin. “Dadá e Surrealismo”.In: Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 1991, pp.81-99. “Manifesto Dadá 1918” e “Manifesto do senhor antipirina”. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 10ªed.Petrópolis: Vozes, 1987 TORRE, Gullermo de. “Dadaísmo”.In: Historia de las Literaturas de Vanguardia.Vol. I, 3 ª edición. Madrid: Guadarrama, 1974, pp.315-363; HUGNET, Georges. Dictionnaire du Dadaisme (1916-1922). Paris: Jean Claude Simoen, 1976;HUELSENBECK, Richard. Almanaque Dadá. Madrid: Editorial Technos, 1992.
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