Meu pai nonagenário!.
Quase nem posso acreditar...
Vejo-me nitidamente menino,
Esperando meu pai que voltava do trabalho...
O assobia cruzava o ar da Avenida tão pacata...
E ele descia do Circular, terno azul marinho ou branco, braços abertos...
Felizes, meu irmão e eu, corríamos para o abraço...
Os comentários sobre a guerra, os aliados,
Churchill, Roosevelt.;
O eixo, Hitler, Mussolini...
As declamações vibrantes de poemas e sonetos.
Tantas lembranças, tantas recordações.
E o tempo, sorrateiro, escorrendo pelos vãos dos dedos.
O que conta agora, meu pai, é esta lucidez, esta memória,
Esta lição de vida, esta poesia que flui tão espontânea.;
A inspiração privilegiada do TROVADOR.
O resto, meu pai, é pura e legítima
Conversa fiada! |