NININHA (I)
Cara amiga:
Hoje eu lembrei de você.
Um não sei o que de gostoso
Inundou meu coração.
Senti falta de você,
Das nossas conversas,
Das nossas confidências.
Quanta paz, quanta tranqüilidade
Eu sentia quando estava com você.
Se no meu apartamento houvesse um telefone,
Agora mesmo discaria para você
E diria simplesmente:
“Sou eu. Preciso de você. Venha.”
E eu tenho certeza que você viria,
Com seu sorriso meigo,
Com seus olhos brilhantes e perscrutadores.
E descobrindo que minha testa estava febril
Pelas preocupações e problemas da vida,
Você apenas colocaria
A minha cabeça no seu colo
E acariciando meus cabelos
Me contaria lindas histórias.
Recife, 18 de fevereiro de 1968.
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