Escapulário de uma jovem operária
(Associação Apostolado Sagrado Coração de Jesus)
Uma jovem modista deixara sua cidade natal para ir com sua mãe estabelecer-se em Paris; a princípio, tudo correu bem; a alegria e a felicidade reinavam no lar.
Um dia, a mãe foi acometida por uma doença incurável; a filha estremecida descuidou-se de seu trabalho ordinário para tratar a querida mãe com mais cautela. Durante longos meses, permaneceu dia e noite à cabeceira da enferma. Faleceu a mãe. A pobre moça não podia consolar-se. Cansada e com o coração partido, adoeceu por sua vez; sem trabalho e com o desespero na alma, uma noite, resolveu asfixiar-se.
Providencialmente uma de suas antigas amigas, recém-chegada do torrão natal, foi visita-lá na manhã seguinte.
Bate à porta; não recebendo resposta, procura abri-la; mas estava trancada por dentro; chama por socorro, arromba-se a porta, e todos deparam com um cadáver.
Neste momento, o afamado Dr. Recamier entrava na casa para visitar outro doente. Chamam-no às pressas… ausculta o coração… nenhuma pulsação…
Porém o Dr., homem de fé robusta, repara num escapulário de Nossa Senhora do Carmo, preso ao pescoço da falecida. “Não deve ter morrido ainda, disse o Dr. Recamier, pois que traz o bentinho de Nossa Senhora; não é possível que Maria a tenha deixado morrer no desespero”.
Mandou fazer uma massagem vigorosa sobre o peito, e alguns instantes depois, o rosto do Dr. iluminou-se e, comovidíssimo, disse:
“A vida volta, não vô-lo disse; Nossa Senhora não podia deixa-la morrer assim. Cuido eu dos doentes, mas Deus é quem os cura.”
Faleceu há pouco tempo, superiora das Irmãzinhas dos Pobres, carregada de merecimentos, devedora de sua salvação ao escapulário do Carmo.