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Artigos-->A MULHER MUÇULMANA EM MUDANÇA -- 06/11/2006 - 10:17 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A MULHER MUÇULMANA EM MUDANÇA



João Ferreira

Porto

4 de novembro de 2006



Realizou-se durante esta semana, na Espanha, o II Congresso de Feminismo Islâmico. Chamou-me a atenção a reportagem de Ander Ruiz, publicada no jornal El País de hoje, 4 de novembro, onde se questiona o feminismo e sua relação com o véu islâmico. Nas várias toilettes femininas apresentadas nas reuniões do congresso, houve novidade e muita variedade. Viram-se mulheres islâmicas que se apresentaram com véus coloridos, outras sem véu. E isto deu a impressão de uma mentalidade já liberalizada que está alcançando a cabeça das mulheres. Aliás, uma das mais badaladas conferencistas, Ndeye Andújar, muçulmana da Catalunha, diz que não vê mais a necessidade do uso de véu para que uma mulher mostre sua fé muçulmana. Para completar, observou, que na antiguidade, a mulher punha o véu só para se distinguir das escravas. Segundo ela, a mulher muçulmana de hoje não pode deixar de viver sua fé na perspectiva do século XXI. A essência espiritual que justifica o uso do véu entre as muçulmanas, segundo o Alcorão, é para a mulher tentar disfarçar ou diminuir sua atração física. Mas isso, como bem se pode entender, poderá fazê-lo mais ao natural, vestindo-se com simplicidade e recato, e sem recurso a produtos estéticos de beleza. Esta simplicidade e visão de mundo pode ser um caminho para a mulher muçulmana poder conciliar sua fé com a nova sociedade em que está inserida. Pouco a pouco, esta nova mentalidade abrirá para uma nova compreensão da existência sem radicalismos. Tudo isto poderá ser o início da marcha para uma outra visão cultural graças à intervenção da mulher.

Na verdade são as mulheres que contatam mais diretamente com a vida e com a morte: na concepção, na gestação, no nascimento, na infância, no funeral, no túmulo e nos mistérios do além. A radicalização machista que nem sempre é genuinamene religiosa, poderá ceder pouco a pouco à inteligência luminosa da mulher. Nos escaninhos das consciências latentes em grupos progressistas e abertos do mundo muçulmano, alguma coisa começa a mudar. Essa mudança vem das mulheres e pode ser a esperança do desejado diálogo das culturas e das religiões, quando se fala da distância e dos ódios entre Ocidente e Oriente Médio.

A verdade é que, segundo notícias veiculadas pela imprensa nos últimos dias, em Teerão, capital do Irão, as mulheres constituem setenta por cento da das matrículas em cursos científicos das faculdades e universidades. É claro que isto é um dado extraordinário e não temos como deixar de ficar atentos a ele. Tal fato mostra que elas avançam, deixando os homens entregues ao seu conservadorismo. Mostra sobretudo que elas desejam a transformação da sociedade, apostando no avanço do conhecimento como forma de mudar as coisas. Na mulher, portanto está a esperança. Em todas as sociedades e culturas do mundo parece que temos de esperar que chegue a hora da mulher para que a esperança da mudança passe a ser uma possibilidade a ser encarada.

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