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Artigos-->A cordialidade dos homens -- 16/02/2007 - 08:53 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Cordialidade dos Homens

“Comédia é melhor do que músculos, melhor do que dinheiro e melhor do que beleza. Se você faz uma mulher rir alto, você está dentro. É como se a pressão da risada fizesse a lingerie dela cair” .

Inspirado nesta frase de Will Smith, contarei alguns casos sobre traumas e risos femininos e cordialidade masculina.

Certa vez, uma amiga de trabalho que se separara do marido há poucos dias desabafou comigo dizendo que não se lembrava da última vez que o viu sorrindo e tampouco contando uma piada.

Noutro dia, encontrei uma ex-colega da faculdade e, na ocasião, perguntei pelo rapaz que ela namorava durante o curso e se aquele namoro havia rendido algum “diplominha”. Ela respondeu que sim, tinham um lindo filho. Rimos muito quando lembrei que ela e o então namorado “viviam pelas escadas e pilastras do prédio tentando provar que dois corpos podiam ocupar o mesmo lugar no espaço”. Mas o riso dela perdeu o brilho quando disse que o casamento acabara havia pouco tempo. Como todo curioso, perguntei por que eles haviam se separado, parecia um amor sem fim. Ela respondeu que depois de algum tempo ele não a pegava mais no colo, não puxava a cadeira para ela sentar, não abria a porta do carro, não trazia flores, enfim, não a paparicava mais.

Outra colega me disse que o maior peso do seu casamento foi viajar por doze anos para a casa dos pais do marido no interior de São Paulo. Ele não aceitava viajar para outro lugar e também nunca viajaram só os dois, sem os filhos, para uma segunda lua-de-mel. Quando eles não iam a São Paulo, os pais vinham para a casa deles.

Claro que seria simplista dizer que esses casamentos acabaram só por esses motivos. Mas, ao conversar com essas mulheres, era o que lhes saltava à memória. Foi o que mais as marcou.

Eu voltava de Viena e no aeroporto do Galeão – no Rio de Janeiro, comprei um buquê de flores para uma moça que me esperava em Brasília. Como o vôo atrasou, por um tempão desfilei pelo aeroporto com as rosas na mão. A minha surpresa veio pela expressão das mulheres. Várias delas, várias mesmo, me olhavam e sorriam discretamente como que admiradas ao verem um marmanjo abraçado a umas flores. Algumas até cutucavam a amiga ao lado e apontavam para mim. Ao comentar isso com a dona das flores, ela me disse que “as mulheres sentem falta dessa cordialidade dos homens”, “eles estão descuidados”. Disse-me também que ela própria não recebia flores há pelo menos dez anos.

Último caso. Certa noite eu dormia na casa dessa moça e, por volta das cinco da manhã, do quarto andar onde estávamos, ouvi um rapaz soluçando e com voz chorosa ao celular dizer mais ou menos assim: “Oi cara, me desculpe te ligar a esta hora. Mas estou arrasado. Meu amigo, me ajuda, não sei o que fazer! Ela me chamou pra jantar e terminou o nosso namoro. Cara, até agora não tenho coragem de ir pra casa. Estou péssimo! Você sabe como eu a amava, fiz tudo por ela. Ela não tinha nenhum motivo pra me deixar. Fui amigo, fui amante, fui cordial. Tantas vezes fiz ela sorrir, e agora ela me deixa assim”.

Ao juntar essas histórias, fui à padaria, catei uma flor no jardim da praça, preparei uma linda bandeja de café e levei na cama para ela ao som de Júlio Iglesias.



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