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Artigos-->Quanto vale um político? -- 20/03/2007 - 22:40 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quanto Vale um Político?

Primeiro de fevereiro de 2007, o plenário do Senado Federal estava repleto de autoridades, familiares e convidados para assistirem à posse dos 27 novos senadores. A festa estava bonita, pomposa e com muita gente elegante. Emocionava até quem trabalhava na Casa e estava acostumado com aquela solenidade. A maioria dos senadores tinham convidado apenas os familiares e algumas pessoas próximas. Os mais aquinhoados traziam caravanas de seus Estados. Era bonito ver a alegria e o brilho nos olhos dos empossados e dos eleitores esperançosos de que o Brasil melhoraria com aqueles homens e mulheres no Poder.

No plenário lotado, cerca de uma hora da tarde, uma moça próxima a mim, com um pouco mais de vinte anos, bem vestida e bonita – nessa idade toda mulher é bonita –, atendeu o celular e disse: “...pai, é uma festa linda, estou emocionada. Pai, estou participando ao vivo da história do Brasil.” Minutos depois, o presidente da sessão anunciava um a um os nomes dos empossados, e, em juramento à Constituição Federal, eles respondiam: “Assim eu prometo”. Quando foi anunciado o nome do ex-governador do Distrito Federal, o senador Joaquim Roriz, um eleitor seu, muito entusiasmado, quebrando a sisudez do ambiente, em alto e bom som, gritou: “RORIIIZ”. Embora aquele fosse um dia de festa, essa foi a manifestação mais eufórica.

Por falar em eleitor entusiasmado... Certa vez um amigo me procurou pois queria falar com o senador Lauro Campos, de Brasília, e que morava próximo à feira do Núcleo Bandeirante. Os feirantes queriam impedir que o administrador daquela cidade removesse a feira de plantas onde eles trabalhavam. Levei meu amigo ao gabinete do senador e lá fomos atendidos por um assessor. Este, ao ouvir o problema, respondeu assim: “Olha, entendo a aflição de vocês feirantes, sei que lá trabalham muitos pais de família, mas o senador não vai poder ajudar não. A Administração da cidade está com os adversários dele, então qualquer pedido será negado. Além do mais, se ele se meter nesse assunto, ele vai sair perdendo. Não sei se você me entende, mas o senador não pode se “queimar”, e esse assunto é delicado demais, porque vocês estão há dez anos numa área que é do DNER.” (Departamento Nacional de Estradas e Rodagem)

Saímos dali decepcionados com o Senador. Infelizmente, a miopia de alguns senadores não os deixa perceber que eles valem muito somente em dois momentos: do dia da eleição até o dia da posse – momento em que os eleitores são capazes de dá a vida pelo parlamentar – e não é exagero; e quando os eleitores os procuram buscando solução para certos problemas seus. Quando não entendem a aflição do eleitor, a cotação dos parlamentares despenca e fica valendo menos que pirita, o “ouro de tolo”.

Mas quanto vale um político? Basta apenas ver o resultado das eleições posteriores para conferir se a mocinha ainda poderá sentir orgulho de ter participado daquele dia e se aquele entusiasmado eleitor continuará a gritar o nome do ex-governador no meio da multidão. Lamentável fim dos dois senadores citados. O senador Lauro Campos não se reelegeu na eleição seguinte e o senador Joaquim Roriz ficou apenas seis meses no cargo. Renunciou ao mandato no dia 4 de julho de 2007, para escapar da cassação pela de quebra de decoro parlamentar, após a divulgação de conversas telefônicas em que ele negociava a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente da Gol Transportes Aéreos.



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