No aguardo da resposta do leitor,
Eu vou fazendo versos verdadeiros,
Em que mostro os meus crimes, os primeiros,
Que sei que vou pagar, ao vir compor.
Pensei os meus sonetos pioneiros
Em revelar um ser inferior,
Mas tive de agüentar tremenda dor
Ao ler as trovas tristes dos parceiros.
Disseram ser alegre este trabalho,
Ao menos por chegar a um bom final.
Mas nesse sentimento eu me embaralho,
Porque não sei livrar-me do meu mal.
O medo é que tal dor na rima espalho
E tenha de ver sempre a vida igual.
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