AUMENTA, NA ALEMANHA, O NÚMERO DE ALUNOS QUE OPTAM PELO LATIM COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
João Ferreira
13 de setembro de 2007
Um relatório do Instituto Federal Alemão de Estatística divulgado no dia 4 do corrente mês de setembro em Wiesbaden, Alemanha, diz que o ensino do latim cresceu nas escolas alemãs. No último ano acadêmico (2006/2007), comparado com o período letivo de 2000/2001, segundo o mesmo relatório, o número de estudantes que escolheram o latim como língua estrangeira cresceu 30,7%. O aumento da procura pela língua inglesa foi de 14,9% e o francês registrou crescimento de 7,8%.
Dados relativos somente ao ano letivo passado indicam que, dos 9,3 milhões de estudantes, 80% tinham aulas de inglês, 19% estudavam francês e somente 9% haviam escolhido o latim. Esta variação entre os três idiomas se mantém constante há muito tempo na Alemanha, mas o latim - que é ensinado quase exclusivamente no ensino fundamental - registrou o maior aumento nos últimos sete anos.
A informação é interessante e surpreendente. A importância do estudo do latim vem sendo valorizada desde há muitos anos nos Estados Unidos e em outros países anglo-saxônicos. Na década de 80, um Congresso de Medicina celebrado na União Soviética adotou o latim como língua oficial do evento. No Brasil, a falta de conhecimento do latim e das línguas clássicas em geral diminui as potencialidades profissionais , filológicas e semânticas de nossos professores de Língua Portuguesa e de Lingüística. O exemplo alemão poderá animar e abrir perspectivas de reforma em nossos currículos escolares. Em sua nua verdade mostra que a modernidade nada tem a ver com a omissão ou o banimento de línguas e culturas clássicas em nossos currículos atuais.