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Cordel-->Contraste e composição -- 09/02/2003 - 10:56 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos









Visão é muita ligada
à percepção de padrões,
um processo de mirada
que mexe nossos botões.

Padrão não é objeto.
É de inputs conjunto,
quando eu os bem recepto,
do ar ou do tempo junto.

Ver é bem classificar
padrões, pra compreendê-los,
ou, então, considerar
como vou reconhecê-los.

Do processo de visão
inimigo natural,
que evito de montão,
é o ambíguo cabal.

Uma árvore se vê:
se bem firme, vertical,
não há o que temer,
ponho nela meu varal.

Se itálica e bamba,
meu peso não lhe confio.
Prefiro uma caçamba,
pra não sofrer arrepio.

Mas, se ela é mistura,
entre forte e fraca,
meu visual se apura
pra explicar a inhaca.

O input visual,
o padrão, nesse momento,
não é pontual,
falta reconhecimento.

Precisamos de usar
outros modos de medir,
pra saber se vai ficar
firme, de pé, ou cair.

Uma linha bem traçada,
não muito perto do meio
de uma área quadrada,
perturba quem vê-la veio.

Sua distância do eixo
é muito suficiente
pra gente quebrar o queixo,
pensando que está rente.

O uso mais eficaz
da percepção visual
é, com o olhar sagaz,
identificar o canal.

Canal é a pista vista,
bem alternativamente,
pode ser equilibrista,
ou mais fraca que demente.

Assim é com gestaltistas
quando bem antagonizam,
ao procurar essas pistas,
em tudo que realizam.

Pra eles, o aguçar
é sentir amor demais
pelo bem peculiar
do padrão. Algo a mais.

O outro, o nivelar,
é sentir o amor mínimo
pelo bem peculiar
do padrão, que eu estimo.

Aguçar é contrastar,
mostrar o que é oposto.
Nivelar, harmonizar
sem manchar o que é posto.

Seja qual for a linguagem
que os dois pólos designa
ambos têm a bagagem
da manifestação digna.

O uso habilidoso
do nivelar-aguçar
evita o "horroroso!"
que se pode escutar.

O cérebro, mais o olho,
não vão parar de buscar
resolução ou ferrolho
dos dados que vão chegar.

O arranjo psicológico
será sempre razoável
segundo, isso é lógico,
a condição mais estável.

Resolução regular,
simetria, de verdade,
é o que vai vigorar,
junto à simplicidade.

Umas linhas começadas
a vista quer terminar,
as formas assemelhadas
ela quer é agrupar.

Modelo que comunica,
estímulo e resposta,
ao acaso nada fica,
nem emoção que se posta.

Uma busca absoluta
por finais harmoniosos,
foi dos gregos uma luta,
com seus prédios caprichosos.

Da fórmula áurea além,
equilíbrio axial
usaram neles, também;
a simetria total.

Com os truques perceptivos
de concepção-construção,
fazem olhares bem vivos
captarem a perfeição.

Já que o olho transforma
segmento em curva cônica,
quando de longe vê forma,
aproveitaram tal tônica.

No Paternon, as colunas
tal fenômeno compensam.
Sem deixar de ser, mas, unas,
as curvas se descondensam.

Em busca da perfeição,
não se detinham por nada.
Harmonia, sem tensão,
na resolução se dava.

Tal estilo é o "clássico",
no total sempre estável,
usada como elástico
a condição razoável.

Equilíbrio e simetria
únicas deixam de ser.
Para total maestria,
contraste vão merecer.

Todo humano quer ver
equilíbrio e repouso,
mas, resolução vai ter,
também, em qualquer um pouso.

É o aguçar que dá
a resolução possível,
a harmonia que há
em um complexo visível.

Buscar harmonia íntima,
só numa complexidade;
contraria a estima,
mas, é notável verdade.

Dos gregos, o bom nivelar
é simples, harmonioso,
porém, há o aguçar,
muito mais amavioso.

Ver é um sábio processo
de discernir e julgar,
ao incomum ter acesso
não é tão peculiar.

Em um design assimétrico,
equilíbrio pode ter,
sem a censura do tétrico,
por contrastado bem ser.

É preciso um optar:
ao criar bom visual,
para onde caminhar
é coisa fundamental.

Nivelar ou aguçar,
aqui é um ou o outro.
Contrastar, harmonizar,
é decisão de lascar.

Ou você pega ou larga,
no meio é que não dá,
área cinza é amarga
e não faz o expressar.

Área entre nivelar
e um bom aguçamento
muita confusão vai dar,
escurece o evento.

O que dela resultar,
medíocre não é só,
estilo não vai deixar,
fica feia de dar dó.

Se o designer pretende
legitimar seu esboço,
de repúblico descende
e o controla no osso.

Equilíbrio não é claro,
se um ou outro é base:
ordem nos dados, sem faro,
é campo de camicase.

Se ambíguo é propósito,
isso é muito remoto.
Não ajuda no compósito,
deixa sempre boquirroto.

Por isso, regras existem
pra harmonia surgir:
simples, claras, mas, insistem,
seu rigor é pra seguir.

Mente e olho? Só susto!
Estímulos e surpresas
fazem o êxito justo
das obras da agudeza.

Contraste é o segredo,
pois, aguça, estimula
e atrai muito mais cedo,
valoriza e pulula.

A meta do contraste,
a do efeito intenso,
evidencia desgaste
do menor contra imenso.

Mostra, também, que é corte
de supérfluo e gordura
e, sem depender de sorte,
fica a mensagem pura.

Em telas e águas fortes,
de Rembrant, chiaro e scuro
evidenciam os cortes
do tom do meio, impuro.

Compreendemos o liso
quando o áspero vem.
Granulação é um aviso
do bom que o liso tem.

Os opostos mais intensos
ficam, quando quem tem siso,
com singulares infensos,
faz o do contra preciso.

Obra de arte compõe
tensões e resoluções,
equilíbrio e pendões,
ritmos e fracas uniões.

Tal como é nossa vida
tensões, equilíbrios, ritmos,
o que nos faz a guarida
são os nossos biorritmos?

Se vem a olho e mente,
também, de saída serve.
Se input está presente,
o output dele emerge.

A meta do visual
é exprimir a idéia,
mensagem, o sensual.
A expressão é a déia.

Esta deusa bem se vale,
como sede que se mata,
do que à alma nos cale
e contraste em cascata.

O contraste, que aguça
todo o significado,
inclui o que mais rebuça,
consolida o achado.

Entende-se o feliz
se contraposto ao triste,
o amor de bom verniz
ao ódio sem muito riste.

Afeição, hostilidade,
inércia, motivação,
atuação, má-vontade,
presença e solidão :

a qualquer polaridade
junta-se um visual
para expressar verdade
do que é conceitual.

Sugere-se o amor
com as formas circulares,
com curvas de bom sabor,
cor quente, leveza, ares.

O ódio, como oposto,
vem com ângulos e retas
cores, em geral, sem gosto,
grossas e ásperas setas.

Explicitamos o alto
se ao baixo o juntamos.
Preservamos proporção
um ou dois terços cortamos.

A linha, se informal,
flexível, sinuosa,
expressa o que é mal
resolvido, curiosa.

Se usada no formal
mostra mais a precisão,
planos, normas, manual,
buscando a retidão.

Se há justaposição,
ao juntarmos adversários,
surge a composição
contrastante, tipos vários.

Tente agora esboçar,
com curvas, retas, mutretas,
o que deseja calar
fundo no reino das letras.




História do ponto


























































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