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Artigos-->ECOLOGIA, PESQUISA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL -- 15/01/2008 - 12:51 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ecologia, pesquisa e desenvolvimento sustentável

João Ferreira

15 de janeirode 2008





Olhando as lombadas de livros em minhas estantes, logo de manhã, me deparei com um volume cuidadosamente encadernado. Ao pegar o volume, verifiquei que era a dissertação de mestrado de João Luís Fernandino Ferreira, defendida no ano de 2003 na Universidade Católica de Brasília e que me foi oferecida com dedicatória especial. Tem o título de “Contexto socioambiental da Pesca artesanal no Lago Paranoá”.Com ela, o autor concorreu ao título de Mestre em Planejamento e Gestão ambiental. Na Banca Examinadora estavam nomes de pioneiros em pesquisa ambiental no DF e de ilustres pesquisadores nacionais e autores de livros e trabalhos científicos sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, a saber, Fernando Starling - orientador da dissertação de João Luís, autor de numerosos trabalhos e pesquisas em português e inglês, publicados em revistas nacionais e internacionais sobre variados temas ecológicos e ambientais e mais especificamente sobre eutrofização em lagos e reservatórios tropicais por biomanipulação-, Mauro César Lambert de Brito Ribeiro, do IBGE e Antonio José de Andrade Rocha, professor aposentado da UnB e posteriormente professor da UCB. João Luís é um jovem que se tornou mestre em Planejamento e Gestão ambiental aos 28 anos, depois de ter feito um curso brilhante de graduação em Oceanografia na Universidade Federal de Rio Grande, RS, e de ter participado como membro e como chefe de equipe em numerosas pesquisas na Lagoa dos Patos, RS.

Folheando este estudo por mero prazer e diletantismo, quis verificar os conteúdos e a metodologia utilizada pelo jovem autor. Minha curiosidade foi compensada. O capítulo I cuidou de apresentar a caracterização do ambiente e problematização ecológica, trazendo-nos toda a história do Lago Paranoá em Brasília. Narra a natureza do ambiente do lago, a construção do lago Paranoá, ilustrado com mapas coloridos. Trata em seguida do planejamento de Brasília, das várias comunidades de pescadores do lago, e mais particularmente da vila Telebrasília que se tornou vila residencial da maior parte dos pescadores do lago Paranoá, dando ênfase à descrição do problema ecológico cujo enfoque principal é colocado no aporte incessante de efluentes domésticos, nos deficientes sistemas de tratamento de água e esgoto, na introdução indiscriminada de espécies de peixes alienígenas à região, no lixo e assoreamento. O capítulo II apresenta observações sócio-ambuientais do perfil do pescador artesanal do Lago Paranoá e exibe indícios da necessidade de um estudo sócio-ambiental. No capítulo III, o estudo oferece uma avaliação da eficiência da atividade de pesca, apresentando o problema do monitoramento do desembarque pesqueiro, com gráficos mostrando a atitude dos pescadores perante o trabalho dos pesquisadores que buscam informações sobre a atividade pesqueira no lago e sobre dados de captura da pesca ecológica. Como momento importante de seu estudo, João Luís Fernandino faz uma avaliação da importância da pesca ecológica como tema da educação ambiental para a Gestão do Lago Paranoá. Pela elevação demográfica do planeta, mostra que há hoje preocupações acerca da preservação do ambiente, exigindo-se por isso planejamento e gestão ambiental. Na pauta complexa deste problema, o autor dá uma atenção especial à Educação Ambiental, ao que certos autores prefeririam chamar de gestão ou manejo de conflitos sócio-ambientais. Pelo lado da Educação ambiental, o que se pretende é dar aos cidadãos uma sustentação doutrinal e uma prática que possam superar a tão comum demagogia ecológica pregada por políticos e oportunistas. O grande objetivo da educação ambiental é educar, levar a ver e a usar a natureza de uma maneira racional e convivente, construindo relações teóricas e práticas que possam evitar destruição do meio natural. Para serem atingidas estas metas, os ecologistas e gestores ambientais vêem um meio: : reeducar o homem e favorecer a concretização do respeito pela vida – o que se faz com informação, educação e orientação de comportamentos. Citando a Lei Federal n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política nacional de Educação Ambiental, o Brasil mostra ter um ponto legal importante de referência para uma ação de desenvolvimento sustentável. Toda a educação consiste em associar o homem ou o fator humano ao ritmo do meio ambiente. São os homens que dominam e controlam as decisões que podem selar o destino do planeta. Logo, deverão ser eles os destinatários das novas políticas de mudança. Como tese básica de comportamento humano resta o “Planejamento e Gestão ambientais para um desenvolvimento sustentável”. Caminhando para as conclusões de seu trabalho, João Luís mostra que no que diz respeito à gestão ambiental no Lago Paranoá de Brasília, a “pesca ecológica” orientada, talvez profissional”, dentro das metas da educação ambiental e do desenvolvimento sustentável, é o caminho.

Ao concluirmos a leitura desta valiosa dissertação, achamos que pelo nível de pesquisa, pela seriedade do trato discursivo, pelo nível de explanação e demonstração científica, pelo nível de ilustração com gráficos e seleta bibliografia, este estudo mereceria ser publicado, para que o público interessado tivesse acesso aos dados e conclusões tão interessantes no que diz respeito à ecologia do Lago Paranoá. Trata-se de trabalho original e inédito na bibliografia respeitante ao estudo de conjunto da ecologia do lago e Brasília. Um bom trabalho para a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Meio ambiente do Governo do Distrito Federal editar, como peça importante numa Coleção de Textos sobre Meio Ambiente do Distrito Federal.



João Ferreira

Brasília, 15 de janeiro de 2008

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