A cor tem três dimensões:
o matiz, o tom , a croma
e, dentre estas opções,
vem do tom o que mais soma.
Além contraste tonal,
talvez o mais importante
contraste de cor normal
seja o inquietante,
que faz uma distinção
entre as cores mais quentes
e as que resfriarão,
quando no campo presentes.
Vermelho e amarelo
o campo demais esquentam.
Verde e azul mais belo
regelam o que enfrentam.
A gama verde e azul,
de origem recessiva,
vai de um norte a sul,
indica distância viva.
Vermelho e amarelo
é gama dominante,
expressa, em paralelo,
uma expansão reinante.
Na expansão, fica perto
tudo que se quer mostrar.
Com a distância, decerto,
o que se quer afastar.
Mais contrastes de cor há:
um simultâneo se chama,
outro é complementar,
cada qual com sua gama.
Ambos podem aguçar
manifesto visual.
Pra mornar, complementar,
vendo círculo formal.
Cada cor, quando é posta,
para se equilibrar
tem que buscar a oposta,
a sua complementar.
Se em forma de pigmento,
quando nós as misturamos,
surgem novos elementos,
em cinza, com que pintamos.
Se justapostas, apenas,
cada qual chega ao pico
de vigor em suas cenas,
e o campo fica rico.
Misturar ou justapor
dá contraste simultâneo.
Munsell nisso é doutor,
fez círculo consentâneo:
cromático é seu nome,
e resulta de estudo
da cor que no branco some
e faz outra como escudo.
Miro bem a cor vermelha,
depois, olho bem num branco.
A cor que surge de esguelha
é o oposto mais franco.
Também, um cinza quadrado,
se banhado por cor fria,
será visto esquentado
num tom contra tal bacia.
Ou seja, sempre que vemos
uma cor, simultaneamente,
mesmo quando não queremos,
a oposta vem presente.
A complementar nos vem
pra neutralizar o visto,
e contraste é que tem
como remediar isso.
Se tom mata cão a grito,
cor fala de emoções.
De fome falar evito,
ela diz dos corações.
Cor é cheia de falar,
na visão de todos entra .
Fonte do comunicar
o que bem nela se centra.
A cor tem valor simbólico:
vermelho de muita ira,
no cardeal católico,
em cor do capelo vira.
Também, está numa capa
de toureiro que sacode
aquele pano de napa,
na frente de qualquer bode.
Sendo um sangue qualquer
vermelho por natureza,
comunista, quando quer,
faz estandarte beleza.
Teorias muitas há,
mas, pigmentos e a luz
muito deixam por falar,
além do que nos induz.
Amarelo ilumina,
esquenta muito, também.
O vermelho azucrina,
emociona meu bem.
O azul é mui passivo
e até muito suave,
mesmo aquele muito vivo
que vem na asa da ave.
História do ponto
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