Seis horas soaram.. É só tristeza o coração.
A chuva, lá fora, indiferente à minha solidão
cai dolentemente...
A chuva é como a solidão. Na tarde que declina
ela sai aos poucos do mar e ganha as alturas num espetáculo que fascina
docemente...
Depois, no silêncio da noite, despeja, em torrente, as águas sobre a cidade...
Nas horas tristes quando a nostalgia o peito invade
e os amantes perdidos se abandonam ansiando pela aurora,
ela vai juntando, pouco a pouco, os pingos das lembranças
para no ápice do desespero despejar as águas das desesperanças
sobre a alma que, pungente, entre gemidos estertora...
Rezo... Olho a imensidão ...
Quisera abrir o céu com minha mão
e libertar uma estrela linda...
Entre tantas escondidas no sidéreo manto,
eu saberia qual delas faz do meu pranto
a chuva desta dor infinda!
Nelson de Medeiros Teixeira
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