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Artigos-->UNIDADE E VARIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA -- 01/05/2008 - 01:22 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UNIDADE E VARIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA



João Ferreira/Brasília-DF

30 de janeiro de 2006





Entre as teorias modernas mais conhecidas para explicar a natureza das línguas, achamos acessível, pronta e objetiva, a teoria lingüística do suíço Ferdinand Saussure (1857-1913) em sua distinção básica entre langue (=língua) e parole ( =palavra, fala, discurso). O esquema saussureano ajuda a entender a relação que há entre língua como sistema geral, abstrato e psíquico, e fala que é constituída pelos discursos praticados pela comunidade falante. Se passarmos essa teoria para o mundo da língua portuguesa, poderemos entender que no seio da língua existe o sistema de signos com características de significantes e significados e as falas das várias comunidades onde o indivíduo e a sociedade criam formas nacionais e regionais características e próprias. Ao abordarmos a unidade do sistema e a multiplicidade de variantes no seio de uma mesma língua, a teoria de Saussure leva-nos ao centro da discussão no plano da Língua Portuguesa.



Entremos concretamente no debate. A Revista "Língua Portuguesa", publicação brasileira editada pela Editora Bregantini de S. Paulo, em seu terceiro número, abre-nos uma porta para esse debate. Ela traz uma entrevista com José Saramago (pp.16- 20), onde são sintetizados alguns pontos de vista propostos pelo nosso glorioso Prêmio Nobel 98 a respeito da Língua Portuguesa e suas variantes.



Seria interessante vermos discutidos aqui, no palco da Usinadeletras, esses pontos de vista pelos leitores interessados. A opinião de Saramago tem a vantagem de mexer com toda a problemática da Língua Portuguesa atual, e dá a todos os cidadãos da lusofonia a oportunidade de dizerem quais são seus pontos de vista em relação ao português falado em suas comunidades. O debate não é, portanto, um debate simples entre o português do Brasil e o português de Portugal, mas um debate mais abrangente que interessa ao universo lusófono. É um debate a desenvolver-se cara a cara numa ampla mesa redonda, onde cabem todos os cidadãos da lusofonia: timorenses, são-tomenses, guineenses, moçambicanos, angolanos, caboverdianos, portugueses e brasileiros, para falarmos apenas das comunidades nacionais. Todos podem e devem apresentar sua contribuição sobre as especificidades nacionais de sua língua materna. A estes, se juntarão os demais cidadãos de comunidades falantes do português, estejam eles em Goa, em Macau, em Paris, em Caracas, em Joanesburgo, no Canadá, no Hawaí ou onde for.



O conhecimento do texto de Saramago é essencial, porque vindo de onde vem, marca um interessante ponto de partida.



Façamos um reprodução da parte do texto que interessa ao nosso debate.



1- A Revista “Língua Portuguesa” pergunta a Saramago:



“As diferenças entre a língua no Brasil e em Portugal são maiores que nossas semelhanças?”



2-José Saramago responde:



“Costumo dizer que não há uma língua portuguesa, há línguas em português. Quando digo isso não penso em diferenças e semelhanças. Penso num tronco lingüístico comum, que, de modo variável, segundo as condições sociais, culturais e ideológicas vigentes se expressa “historicamente”. As línguas mudam, o denominado português de Portugal não é igual hoje ao que foi no século 17, para não ir mais longe. Ora, se isso é claro no mesmo país, como o não seria em países diferentes? Deixemos, portanto, em paz as semelhanças e as diferenças porque elas são, umas e outras, sinal de vida. As línguas mortas são as que não mudam.” In: Revista Língua Portuguesa, nº 3 (2005), S.Paulo(Brasil): Editora Bregantini, p.18.

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