Havia uma pelada
de garotos numa rua.
E era cada jogada
brava, de sentar a pua.
Joãozinho chutou mais forte,
a bola se desviou
e, por golpe de má sorte,
pela janela entrou
numa sala muito nobre
que reunia maçons.
__Joãozinho, se desdobre,
para ficar entre bons!
Pulou logo a janela
no encalço da pelota
e criou maior querela
quando seguiu sua rota.
O tamanho desrespeito
tinha que ter punição,
por entrar daquele jeito
em plena reunião.
Joãozinho foi agarrado,
não teve nenhum perdão:
miraram no rachado
e comeram seu bundão.
E pela mesma janela
foi jogado com a bola.
Um menino já banguela
estava na sua cola.
Ao Joãozinho perguntou
o que lá dentro havia
e por quê se demorou
dentro da maçonaria.
Joãozinho logo pensou
numa desculpa pra dar:
ele maçon se tornou,
não podia mais contar.
Recomeça a pelada.
O menino curioso
dá puxeta bem dada
pra janela, bem cioso.
E vai atrás da redonda
pela janela da sala.
Criou uma nova onda.
Irado, alguém lhe fala:
__Você é mui atrevido,
vai levar ferro por isso.
E, assim, após despido,
levou logo seu chouriço.
Quando pro campo voltou,
recomeçou o jogão.
Ao Joãozinho gritou:
__Vai firme nessa, irmão!
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