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Infantil-->OS SEIS PATINHOS -- 01/07/2010 - 07:50 (MARIA HILDA DE J. ALÃO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
 





OS SEIS PATINHOS
 
 
Toda manhã dona Pata se dirigia para a lagoa tendo, atrás de si, seis apressados patinhos. Cinco eram amarelinhos. O sexto possuía uma cor indecifrável, nem cinza nem marrom, que o tornava um tanto feio. Quando dona Pata passava com sua ninhada, as outras aves riam dela apontando para o patinho diferente diziam:
- Olhem que coisa mais feia. Acho que é filhote de urubu...
Dona Pata ficava chateada e falava para si mesma
- Não importa se ele é feio e os outros bonitinhos. Ele é meu filho e o meu amor por ele é igual ao que dedico aos outros filhotes.
O patinho diferente começou a entristecer por causa da indiferença dos filhotes das outras aves. Eles não queriam brincar com ele. Quando ele se aproximava todos corriam para brincar em outro lugar. Dona Pata lhe dizia:
- Filho, não fique assim. Um dia eles verão que você é uma criatura linda. De mais a mais, eu amo este patinho fofinho de todo o coração.
E com o bico, dona Pata fazia carinho na cabeça e nas asas do patinho diferente.
- Não adianta, mamãe! Veja como eu sou. Meus irmãos já estão com algumas penas brancas pelo corpo. Olhe para as minhas! Elas não têm uma cor definida, são poucas e feias, arrepiadas...buá...buá.
E chorou. Chorou muito até que adormeceu sob as asas quentinhas de dona Pata. Na manhã seguinte todos foram para a lagoa como de costume. Nadaram, brincaram até cansarem. À tardinha voltaram para casa, um cantinho coberto reservado aos patos dentro do galinheiro de uma fazenda. Foi então que dona Pata contou:
- Um, dois, três, quatro, cinco.... Deus! – gritou a senhora Pata – onde está meu filho querido?
O patinho diferente não voltou para casa. O dia seguinte foi só de procura. Parece que o patinho tinha evaporado. Os outros patinhos tentavam consolar a mãe ajudando-a a procurar o irmão entre o mato que crescia na borda da lagoa.  Na água, nadando mansamente, a mamãe pata rezava:
- Deus! Ele é só um patinho, frágil e pequenino. Traga de volta o meu filhinho pra sossegar meu coração.
E o patinho fujão foi andando... foi andando sem destino, com o coração dolorido e lágrimas nos olhos. Parecia ouvir as vozes de deboche dos outros bichos.
Chegou a um riacho onde estavam patos selvagens. Cumprimentou-os como aprendera com sua mãe. Mas eles logo foram dizendo:
- Fora daqui! Não queremos intrusos neste lugar.
Ele continuou sua solitária caminhada. Para onde? Ele não sabia.
O inverno chegou. Os animais do bosque olhavam para ele cheios de pena.
- Para onde irá o patinho com este frio?  Perguntavam uns aos outros.
Ele continuou andando. Como não aguentava tanto frio, escondeu-se debaixo de uns troncos e foi ali que uma pata velhinha o encontrou.
- Pobrezinho! Tão feio... deve estar cheio de fome! E levou-o para sua casa.
Ele foi tratado muito bem. A pata velha deu-lhe comida e o fez dormir num ninho de palhas cobrindo-o com suas asas. O tempo foi passando e o patinho continuou ali com a pata velha, mas os cinco irmãos e sua mãe não lhe saiam da cabeça. Ele foi crescendo e, dentro dele aumentava o medo de um dia ser mandado embora pela velha pata.
Um belo dia a pata velha o levou riacho abaixo para conhecer outros patos. O Patinho pensou que o iriam enxotar. Muito assustado, ia esconder a cabeça entre as asas quando, ao ver-se refletido na água, não viu mais aquela coisinha feia. O que ele viu foi um belo cisne negro de penas brilhantes. Patos e cisnes que estavam ali no riacho vieram ao seu encontro saudando-o com seus bicos.  O seu coraçãozinho batia tão forte que parecia querer sair do seu peito. Será que era ele mesmo?
A pata velha sentiu muito orgulho dele. Ela o fizera ser aquele cisne maravilhoso, dizia a todos os bichos e aves. Mas o belo cisne tinha um segredo que ninguém sabia. Foi então que ele resolveu contar para sua benfeitora, a pata velha. Findo o relato, a pata velha emocionada, disse-lhe:
- Vá, meu filho, vá ao encontro de sua família e que Deus o acompanhe.
Nesse mesmo dia o belo cisne desceu riacho abaixo até encontrar o rio e depois a lagoa onde sua família costumava se banhar. Chegou. Estava tudo diferente. Os filhotes dos passarinhos, que tinham seus ninhos nos galhos das árvores que circundavam a lagoa, já estavam adultos. Eram belos pássaros voando e cantando pela mata.  Os filhotes da dona Coelha, que bebiam água na lagoa, estavam crescidos. Eram lindos coelhos brancos com olhinhos vermelhos.  E a sua família? Ele foi nadando, nadando e, ao avistar uma família de patos reconheceu de imediato a sua mãe. Foi chegando mansamente. Dona Pata ficou intrigada. Quem era aquele cisne negro tão belo? Por que olhava fixamente para ela? Então ele, enchendo-se de coragem, disse:
- Mãe! Sou eu, o patinho que fugiu.
Dona Pata tremeu. Nadou na direção do filho.
- Meu filho!
Foi só o que conseguiu dizer. O lindo cisne negro enroscou seu pescoço no da mãe. Era o abraço saudoso que um filho dá numa mãe. Ficaram assim abraçados por muito tempo, até que dona Pata grasnou alto e cinco belos patos brancos vieram ao seu encontro.
- Este é o irmão de vocês. Ele voltou. Veja que lindo ele está.
Foi aí que o quarto pato disse sorrindo:
- Cara, quem diria que aquela coisinha feia se tornaria um patão tão bonito. Seja bem-vindo irmão.  – e, asas abertas, os dois encostaram peito no peito como se fossem se abraçar.
E ele ficou ali, feliz, com a sua família até encontrar uma companheira para ter seus próprios filhotes e aumentar a família de dona Pata.

(histórias que contava para o meu neto)
 


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