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Artigos-->LEONARDO COIMBRA(1883-1936). -- 29/09/2008 - 11:24 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LEONARDO COIMBRA(1883-1936). “JESUS” - Um opúsculo histórico entre as Obras Completas de Leonardo Coimbra



João Ferreira

Brasília, 29 de setembro de 2008



O livreto “Jesus”, foi publicado pela Renascença Portuguesa em 1923, e integrou o volume IX da edição de “Obras Completas de Leonardo Coimbra, juntamente com “S. Francisco de Assis”, “S. Francisco de Assis e a visão franciscana da Vida” e “O Homem às mãos com o destino”. O filho do filósofo convidou-nos pessoalmente para prefaciar esse volume. O exemplar que possuímos dessa edição da Tavares Martins contém amiga dedicatória de Leonardo Coimbra Filho:

“Para significar o elevado e respeitoso apreço e a muito agradecida estima, ofereço este exemplar de Jesus e S. Francisco de Assis que teve a amabilidade de prefaciar o que sempre agradecerei com a melhor gratidão. Leonardo Coimbra, Filho.”[1964]

Para que a memória não se dissolva ao acaso vamos incluir em nosso arquivo hospedado em www.usinadeletras.com.br a apresentação que fizemos desses opúsculos que constituem o vol. IX da edição Tavares Martins. Começaremos pela apresentação do opúsculo “Jesus”. Transcrevemos:



“I. A Edição.

A presente edição é feita sobre o texto editado pela Renascença Portuguesa do Porto, em 1923, em forma de livrinho de bolso, num total de 88 páginas.

II. Conteúdo

Apesar de exíguo em corpo, é revelador este livro. Sendo admiravelmente simples, ele exprime notavelmente a pujança do verbo e a assimilação dos problemas cristãos por parte do Autor, que fugindo a meandros dialéticos da teologia histórica, preferiu escolher um esquema-chave, simples mas profundo, que envolvesse a história teocrática do mundo. Esse esquema-chave visa especialmente a epopéia da criação, a tragédia da queda e do exílio, a graça da Redenção, a Verdade, a Bondade e a Beleza.

Tomando por referência central a vinda de Cristo ao mundo, Leonardo Coimbra, numa primeira parte de lógica expositiva, remonta-se ao Éden, à tragédia da queda, à saudade do Exílio, ou seja, à Poesia que inundou a Origem, e à Dor que caracterizou o Exílio. Numa segunda parte, interpretando a vinda de Cristo como a “face do Senhor, a apresentar-se de novo diante do homem”, introduz o leitor no deslumbrante espetáculo da Verdade, da Bondade e da Beleza, onde na condição de leal filósofo, fica desfeito em “aristotélica” admiração, como borboleta encadeada pela luz.

O livro “Jesus” para além dum testemunho pessoal valioso relativamente à interpretação da mensagem cristã, tem a vantagem de nos dar também uma meia dúzia de teses filosóficas que foram apanágio da própria visão de valores e mundividência leonardiana. Sublinho especialmente a visão cristã do homem, a concepção ontológica e participativa do conhecimento, o problema da Origem, a visão saudosista. Ao tratar da verdade, a linha dominante é a doutrina criacionista, tão característica mo pensamento leonardiano, com a clara evidência de ser um criacionismo gnosiológico de teor platônico-augustiniano. A passagem “A nossa ciência não é mais do que a penetração do nosso pensamento pelo grande Pensamento Criador” conduz-nos à doutrina augustiniana do Mestre da Verdade, expressa no “De Magistro” e à doutrina neoplatônica e augustiniana da iluminação que teve na história da Filosofia uma grande representação em Santo Agostinho, no Pseudo-Dionísio, em Santo Anselmo, em Alexandre de Hales, Pedro Hispano, Rogério Bacon e S. Boaventura.

Ao falar de evolução e reintegração, não será estranho ao pensamento do autor o diálogo com as doutrinas de “A Ideia de Deus” de Sampaio Bruno.

Dissertando sobre a Verdade e sobre a Beleza, a base ontológica invocada é a doutrina do exemplarismo neoplatônico e augustiniano sob um prisma cristão.

Em conjunto, o livro “Jesus” é tocado por um profundo sentido existencial em clima de esperança cristã. A saudade do exílio é toda a expressão do Homem às mãos com o Destino. A saudade é porém uma infiltração de Deus, Sol do Amor, nas almas em prova e a caminho: “O povo de Deus é um campo arregoado pela Dor”...Isto dá-nos a suprema prova da esperança leonardiana e da base teológica que constituiu a amarra final da sua arguta lógica.”







NOTA PARA O LEITOR

Este texto é a reprodução da Apresentação de João Ferreira ao livro “Jesus”, solicitada por Leonardo Coimbra, Filho, para a edição Tavares Martins “Obras Completas”, Volume IX, Porto 1964, pp. 7-9.

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