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Artigos-->MAGNIFICAT -- 07/11/2008 - 15:54 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Desde os primeiros contatos que tive com o livro “Cânticos dos Cânticos”, considerei-o, de fato, em alguns momentos, um cântico de louvor a Jesus e a Maria. Pode-se louvar a Maria? Que é o louvor, senão um elogio?!



Será que não devemos elogiar a Mulher escolhida para ser a mãe do Salvador? Para quem acredita que Jesus Cristo é o Redentor, não tem nenhuma importância para ele aquela que é a mãe do Redentor? Acaso uma árvore má, daria bons frutos? Maria tinha tanta fé a ponto de acreditar que poderia conceber um filho em seu ventre virgem. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38).



Um amigo dissera-me: “Não há originalidade no Magnificat, ele é igual ou semelhante ao Cântico de Ana narrado no primeiro livro de Samuel”. (I Sam 2,1ss). Isso é verdade! Maria tinha realmente a Palavra de Deus em sua boca e talvez por isso, tenha repetido o Cântico de Ana, porque passara por situação semelhante: Ana era estéril e o Senhor concedeu-lhe um filho (ISam 1,1-4. 16-20).



Maria era muito jovem, não conhecia homem e concebeu em seu ventre virgem.(Luc 1,34).

Disse Ana: “Exulta meu coração no Senhor, nele se eleva a minha força; a minha boca desafia os meus adversários, porque me alegro na vossa salvação. Ninguém é santo como o Senhor. Não existe outro Deus. Porque o Senhor é um Deus que tudo sabe, diante d’Ele, quebra-se o arco dos fortes, enquanto os fracos se revestem de vigor. Os abastados se assalariam para ganharem o que comer, enquanto os famintos são saciados.”(I Sm 2,1-5). E Maria disse: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvado, porque olhou para sua pobre serv... realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo...Manifestou o poder do seu braço; desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens s indigentes e despediu de mãos vazias os ricos...”(Luc 1,46-55)

Maria foi escolhida para ser a mãe do Salvador, porque revelou ter muita fé; é mais bem-aventurada por causa da fé em Cristo que por conceber a carne de Cristo.” ( S. Agostinho)

Diversos livros da Bíblia falam de Maria, não apenas o Novo Testamento, como também o Velho. “O próprio Senhor nos dará um sinal: ‘uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará Deus Conosco.’” (Is. 7,14)



O oráculo de Deus, dado por meio do profeta Isaías, foi confirmado na anunciação do anjo. Maria dá testemunho de sua virgindade. “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus." (Lc 1,31) Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” (Lc 1,34) Com essas palavras, Ela confirma a profecia: “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho.”



A grande questão do momento não é tão atual. Gerou Maria outros filhos? A resposta vem da palavra divina ao descrever a Virgem Maria na presença de Deus:



“Toda formosa, entra a filha do rei, com vestes bordadas de ouro. Em roupagens multicores apresenta-se ao rei, após ela lhe são apresentadas as virgens, suas companheiras. Levadas em alegrias e júbilos, ingressam no palácio real.” (Sl 44 heb. 45, 14-16). Após ela são apresentadas suas companheiras (também) virgens. Maria, depois de dar à luz ao Filho único de Deus, apresenta-se virgem no céu. “Após ela, são apresentadas as virgens, suas companheiras.” Suas companheiras são virgens como Maria. Que é ser companheira, senão colegas da mesma classe - a estirpe das virgens.

Maria chega ao céu levada pelos braços de Jesus. “Quem é esta que sobe do deserto, apoiada em seu bem-amado”? (CC 8,8) “Sou a mãe de puro amor, do temor a Deus e da santa esperança. Em mim se acha toda graça do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude. Vinde a mim todos os que me desejais com ardor; e enchei-vos de meus frutos [...] (Eclo. 24,24-25) Por que em Maria se acha toda a graça? Porque foi Deus quem disse pela boca do anjo Gabriel: “Ave cheia de graças” (Luc l,28)



“Enchei-vos dos meus frutos.” O fruto de Maria é Jesus, mas, por extensão, compreendemos que seja também o Espírito Santo. Não que ela tenha gerado o Espírito Santo, mas porque, cheia de graça, transborda-O. Assim, transmite o Espírito de Deus como na visita à prima Isabel. Na verdade, é Jesus quem transmite o Espírito divino a Isabel usando Maria. Jesus, ainda no ventre de Maria, batiza João em Espírito. Bastou a Isabel ouvir a saudação de Maria, e a criança estremeceu em seu seio (Lc l,41).



Isabel não sabia que Maria estava grávida, pois as duas moravam distantes. A gravidez de Maria era de poucos dias, porque logo que o Anjo disse “Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus [...]“, ele acrescentou:



“Também Isabel tua parenta concebeu um filho em sua velhice [...] (Luc. 1,36-37) Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel." (Luc.1,39-40) Logo que ouviu a saudação de Maria, Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: Bendito é o fruto do teu ventre. (Luc. 1,42) Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Luc. 1,45)







 


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