Toda obra das mãos humanas é imperfeita, diante da perfeição do Criador. Se o homem clonar seu semelhante, seria esse novo ser o protótipo de uma raça melhorada ou deformada? Transformaria o homem a espécie humana em uma máquina colocada a seu serviço? Uma máquina tipo operário-escravo? Uma máquina destinada a gerar vidas ou morte? Que ser vivo surgiria se o homem recortasse a estrutura do DNA e “colasse” o material genético em posição diferente da original? Como seria esse novo ser? Seria ele acolhido na comunidade dos humanos? Ou seria rejeitado, marginalizado, excluído e escravizado? Por acaso, Deus permitiria que o homem criado à sua imagem e semelhança fosse transformado em andróide?
O Deus que separou a luz das trevas e impôs limite aos mares, impôs também limite ao homem colocando anjos para guardar o caminho da árvore da vida. (cf. Gn 3,22-24). Que aconteceria, se Deus tivesse dado ao homem todo conhecimento da ciência e da verdade? Decerto teria empreendido uma corrida muito maior em busca da imortalidade e recairia no primeiro pecado de nossos pais, o desejo de ser imortal, ser criador do próprio semelhante, ser Deus. Seria o fruto proibido na figura da macã apenas um limite? Qual limite teria o homem ultrapassado para que Deus dissesse: “Agora, pois, cuidemos que o homem não estenda sua mão e tome também do fruto da árvore da vida, e o coma, e viva eternamente”(Gn 1,22). Comer do fruto da árvore da vida, não seria absorver pelo intelecto? Teria o Senhor colocado um guardião para que o código genético nunca seja plenamente desvendado? Desvendar o código genético não representaria perigo para a vida humana, se o homem não o alterasse. A clonagem do ser humano é uma tentativa do homem de ser Deus, de ser criador do próprio semelhante.
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