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Artigos-->O IMORTAL RELÓGIO (II) -- 30/12/2008 - 14:45 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420478936663600
O IMORTAL RELÓGIO ( II )



(Ao relógio da entrada principal do Tribunal de Justiça do Amazonas) 03.11.1987

Ana Zélia



O tempo passa rápido, voa...

As horas correm, as vidas diminuem...

Mas te olho, te vejo sempre parado.

Já te escrevi versos, clamei em teu nome e nada.

Tudo parou. A inércia se faz sentir como a espada que degola,

como a pena que destrói...



Como te invejo. Conseguiram te fazer parar. Sentenciaram-te com a pena máxima.

Nós seres humanos por mais que tentemos só a morte nos faz parar.

Arguem falta de verba; fazes parte de um patrimônio histórico, o prédio foi tombado e com ele, toda esta relíquia.

Há pessoas que só sabem dizer. Não aos outros, a tudo...

O sim, só é válido a eles. Um dia a esquelética morte, lhes dirá:

Sim! Está na hora de ir. O Não ficará gravado na alma, mente, no coração dos que foram vítimas, escravos do maldito-bendito Não.



Acredite relógio, quando te vejo parado no tempo e no espaço. Não mudas nem mesmo quando os homens fazem algo em proveito próprio, mudam o horário normal para o de verão, quando estamos no inverno.

Não mudas. Dá-me pena.



Os servidores que por aqui passam, possuem tempo exato para a partida e quando se vão, não lhes dão sequer uma recompensa psicológica.

A portaria de elogio pelos serviços prestados, bons ou não. Eles aqui viram nascer, crescer, viver toda uma esperança que se finda, por força de um Decreto ou de um simples ato de Aposentadoria, ou desligamento por morte...



“ SOMOS PASSAGEIROS SEM SABERMOS SEQUER A HORA DA PARTIDA,

A CERTIDÃO DE NASCIMENTO MARCA A CHEGADA”.

POBRES MORTAIS...



Alguns mais prestigiados pela sorte se sentem superiores ao ler a publicação de um mero elogio, coisa que não se ver ser usado para nada.

A rotina neste caso não funciona. O servidor não recebe estímulos por seu serviço.

É obrigação fazê-lo.



Como há poder entre os homens, quando o Ser mais Poderoso morreu de braços abertos na cruz, alguns pensam e agem como se fossem maiores que Ele.

Esquecem de que tudo passa neste mundo, tudo passa tão rápido.

Do homem só restam as boas ações por ele praticada.

Tal qual os três amigos, dois se vão. O dinheiro e a mulher. O dinheiro após cumprir sua missão, servir de discórdia, some. A mulher, a esposa, os filhos, todos esquecem.



Um dia te prometo. Mesmo que venha a ser punida por meu lamento em teu nome.

Prometo, farei tudo para que voltes a funcionar, a ter vida real e exata e te fazer dizer com teus ponteiros girando bem alto:



POBRES SERES MORTAIS! Ó IMORTAL RELÓGIO!



Dra. Ana Zélia, sala de sessão do TJA, 03.11.1987)

Nota da autora- Este relógio foi adotado pela empresa GRADIENTE e voltou a funcionar. Manaus, 30.12.2008 (Ana Zélia) eu era Secretária da 3ª Câmara Criminal.













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