Era quando, entre luzes e sombras, tua feminina figura vestida de auroras lunares
Via em cada canto as entreluzes da paixão
Não bastavam as palavras porquanto as fibras da imaginação
Seqüestravam as prudências retóricas do dizer
E se afogavam deleitadas na ambrosia das promessas visionárias do coração
Era um tempo em que a alma possuída era só espaço do sentir absoluto que considerações não via senão no latejar contínuo dos raios românticos da fogosa paixão
Depois de tortuosas subidas e descidas na rampa do amor e dedicação
O tempo foi alisando a lógica dos sentimentos entre reiteradas promessas e intensas frustrações
Até que agora em renúncias surges embrulhada em teus versos tecidos em novas oficinas do sentimento
Nelas dizes que há em teu coração dispensas e renúncias de saudades lembranças e fantasias
Entre sentimentos vários e radicais afirmas que renuncias ao mar da navegação
Que ele ilusoriamente te indicava
E voltas à terra disposta a recomeçar sem pranto e sem dor
Dizendo abertamente adeus aos loucos apelos, à espera e aos silêncios difíceis de suportar
Na psique de tuas renúncias, o verso te faz aparecer coberta de véus salvadores na figura de uma sincera catecúmena
Cingida de túnica branca e de inocência protocolar
Buscando fé em águas purificadoras desejadas...
Sob a proteção da veste, juras junto aos signos do batistério caminhos de renascimento
Abrenuncias ao teor encardido do Velho Testamento
Que te nutria de badalações fantasiosas e de lembranças
Na tua pré-adolescência
Agora que descobres o novo Olimpo
Vais a caminho da descoberta de um novo deus apolíneo
Que esteja pronto a aceitar e a renovar teus sentimentos de alma
Gravados em teu corpo
E dê aos teus versos novo alento
No permanecer...
Dispensas...renúncias...decides encarcerar no dicionário
Os termos que impediram tua alma limpa e liberta
A prosseguir na construção do próprio caminho...no tempo certo!!!