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Artigos-->A ARTE DE SER... -- 15/02/2009 - 16:58 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420478209376800


A ARTE DE SER...

Ana Zélia



Sentia-me oco, um vazio no espaço, sem relevo, sem destaque, um nada...

Para os que desconhecem, sou como as musas que inspiram os grandes poetas. Foi a mim que todos os artigos, poesias, foram dedicados.

No silêncio desta sala onde tantos são julgados, sem distinção de classe, raça, credo, cor, servia de inspiração.



Minha voz se fez ouvir sem ter voz: É moda a figura do porta-voz.

Os governantes os possuem. A Justiça se faz ouvir através deles, que a exercitam e a põem em prática.



Como só os destaques, importantes, têm vez, tudo se dirigia a ele. Eu permanecia aqui à espera. No silêncio me senti no ostracismo.

Meu coração sofreu tanto quando meu irmão renasceu e teve tantos elogios. A Imprensa, Televisão, convidados, um poema de agradecimento de alguém sem nome...

A festa era de posse da Vice-Presidente deste poder.

A homenagem a ele era o cumprimento da palavra do Presidente deste Egrégio Tribunal que não aceita uma Justiça inerte.



Refleti: Cumpro as mesmas exigências. Sou obrigado a trabalhar fiel e corretamente, sem adiantar ou atrasar um segundo.

“ RELÓGIO QUE ATRASA NÃO ADIANTA!” Diz o adágio popular.



Eu era casca, virara ostra. Mas a esperança vivia em mim. Quem a perde um dia, jamais se restabelece. Eu não a perdera.

Chegaria minha vez.



O __ Até quando?... Até quando?... Até quando?... Estava chegando ao fim.

Levaram meu corpo para o conserto.

Soube que o destaque e eu éramos resultado da boa vontade de amigos que sem alarde, exigências, retribuição financeira nos fizeram reviver.

A EMPRESA DE RELÓGIOS ORIENTE, através de seus diretores, num gesto simples, mas elogiável se prontificaram em nos fazer funcionar como presente e respeito a este poder.

“ MUITAS VEZES NÃO PRECISAMOS DE DINHEIRO UANDO TEMOS AMIGOS”. Somos a evidência da frase. OBRIGADO DE CORAÇÃO.



Obrigado em especial aos relojoeiros que com carinho, dedicação e amor nos fizeram reviver. Sou vaidoso. Aprendi com os mortais.



“É melhor ser vaidoso que tolo”. Os vaidosos lutam, os tolos, a única arma que os vence é a tolice.” Somos iguais. Ele sofreu implante, eu também. A perfeição é tamanha que não se percebe. A estética nos torna belos, orgulhosos de nossas utilidades.

Ele é destaque, possui relevo, um pêndulo prateado. Eu não. Sou uma caixa simples de madeira.



Somos diferentes. Um se porta na entrada como guardião. Apressa o passo dos que aqui labutam, já presenciou estrada de criminosos, inocentes, a serem julgados, início de vidas, fim de eras. Presencia silenciosamente a entrada de autoridades, visitantes...



Cá eu, presencio grandes decisões, frente a mim são realizadas posses, solenidades, julgamentos célebres. É aqui que se reúne o Poder.

Com a palavra julgam, com um simples gesto de escrita as concretizam.



Voltei a funcionar, estou tão feliz, sendo tratado com carinho pelos técnicos que mantém observação direta no meu funcionamento.

Terei que chegar ao ponto zero, para me tornar perfeito. Percebi que possuo um pêndulo arredondado, dourado e em forma de harpa. Senti-me lindo, lindo.



“Às vezes somos tão bonitos e nem percebemos”.

Continuarei aqui em silêncio, mas recebendo vez em quando os olhares de frente dos que acreditam e confiam em mim.

Se eu parar não me abandonem. A pior coisa é um ser morto vivo,



Há médicos de boa vontade, os deuses relojoeiros, que usando uma tecnologia própria me faz reviver e ao colega destaque. Chame-os.



Não há diferença entre o maior e o menor quando ambos cumprem seus deveres. Todos são importantes em suas atribuições. É questão de respeito.



OBRIGADO. Mesmo sem festas, repórteres, televisão, estou vivo e funcionando.

O IMPORTANTE É SER. VOLTEI A VIVER...

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Artigo dedicado com carinho ao relógio da sala de sessões, meu inspirador, amigo e confidente. Dra. Ana Zélia (Secretária da 3ª Câmara Criminal do Eg. Tribunal de justiça do amazonas) - Sala de sessões, 16.09.1988 (11.30h)

















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