Número do Registro de Direito Autoral:131420477757936900
O RENASCER DO TIQUE-TAQUE.
Ana Zélia
Faz sol. Adentro o prédio da Justiça e te vejo funcionando novamente.
São oito horas.
Mãos hábeis de técnicos que como os médicos fazem reviver, te deram vida.
Com o teu renascer nota-se as mudanças havidas aqui.
Nova Administração. Novo Presidente.
Primeiro ato. Fazer-te funcionar simbolizando a Justiça.
Justiça! Palavra abstrata.
Concreta só os atos dos homens que a praticam e que a fazem imortal.
O teu renascer me dá ânimo para voltar a escrever.
Se eu fosse poetisa, te cantaria em trovas e versos. Como sou apenas tua admiradora, faço o que me vem d’alma.
Admiro o belo e o és.
Vieste de tão distante, não para te tornar peça morta, mas para permanecer conosco por muito tempo.
Muitos se foram, outros se vão, irei também eu, tu ficarás marcando dias, horas, minutos, segundos. Marcando o caminhar do tempo.
Apressando o passo dos que labutam pelo vai e vem de te pêndulo. Pelo caminhar lento dos teus ponteiros que como muitos não se apressam, esquecem de que tudo passa neste mundo e não podemos desperdiçar o tempo, mas aproveitá-lo hoje, agora; antes que o amanhã nunca chegue.
Imortal relógio! Minha felicidade é tanta que te escrevo.
Poesia dedicada ao relógio central do Egrégio tribunal de Justiça do Amazonas, por ter voltado a funcionar. Manaus, 15 de agosto de 1988 (8.40 h). Dra. Ana Zélia, Secretária da 3ª Câmara Criminal do TJA.
Nota da autora. Veja mais- O Imortal Relógio (poesia), O Imortal relógio II, O Deus Vencido. Ate de Ser. (Ana Zélia)
