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Artigos-->O Estadista e o Provinciano -- 19/03/2009 - 12:10 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O título deste texto poderia ser “a diferença entre o político estadista e o provinciano”, embora, grosso modo, ambos tenham o mesmo desejo: manter-se no poder. Se perguntarmos a um político &
9472; a qualquer um &
9472; qual o seu desejo, é quase certo que ele responderá que deseja se reeleger nas próximas eleições.



A diferença entre reeleger-se ou não está no trato que o político dá aos problemas nacionais e do seu Estado. Para se reeleger, o candidato tem de se destacar como um político preocupado não apenas com sua província, mas também com o país. Percebe-se que, em 2008, os senadores que se preocuparam apenas com sua província não foram reeleitos. Por outro lado, os que trabalharam para o país &
9472; aqui os chamarei de estadistas &
9472; mantiveram-se no poder, alguns já com cerca de vinte anos de mandato.



Como provincianos, diria que os políticos estão preocupados apenas com os problemas dos seus Estados. Direcionam seus discursos para descer a lenha nos adversários. Não têm uma causa bem definida, apenas repercutem as notícias dos jornais e fazem dos meios de comunicação do Senado um alto-falante direcionado para as suas províncias, quer seja atacando os adversários, quer seja elogiando os aliados. Os eleitores gostam tanto disso que não os reelegem. Deixam-nos nos seus Estados.



Estadistas são aqueles que têm uma causa no sangue e conhecem, mesmo que superficialmente, muitos assuntos de interesse nacional. Temos senadores dedicados à educação, à reforma tributária, à política salarial, aos direitos das crianças, aos interesses dos agropecuários, dos aposentados etc. Embora sejam poucos, eles são conhecidos por debaterem temas nacionais, mas embrenham-se, também, nos assuntos locais. Não chegam a ser uns sabe-tudo, mas não se embaraçam nas questões nacionais.



É característica do provinciano atacar os adversários locais, tratar de questões que só ele e seus eleitores conhecem e, com isso, fazer cochilar a plateia de outros estados. Eu não diria que o provinciano trata de assuntos pequenos ou mesquinhos, mas a grandeza do seu discurso não atrai a plateia de outros estados, nem dos estados vizinhos. Seu público é restrito, é local, é provinciano.



O estadista não se preocupa &
9472; ao menos diretamente – com a reeleição. Para ele o que interessa é deixar uma marca, é ser lembrado pela causa que defende. Causa... Essa é a palavra-chave. Sem ela o político fala um pouco de tudo, não se aprofunda em nenhum dos assuntos, e os eleitores encerram o mandato dele.



No Senado Federal, percebemos que alguns senadores nada mais são que senadores-vereadores na capital federal, ou seja, provincianos. Esses senadores atuam apenas nas causas que dizem respeito aos seus Estados. Não tratam de questões nacionais, nem apresentam projetos que beneficiem o Brasil. Seus discursos são para os adversários e eleitores lá no Estado.



Não vem ao caso citar nomes, mas os senadores que me levaram a fazer essa reflexão são do Norte e Nordeste, por coincidência, regiões com os mais altos índices de analfabetismo.*



Nos últimos dias, passei a observar seus discursos com mais atenção, e eles não repercutem outro assunto que não esteja ligado aos seus adversários. Confesso que tratam de assuntos importantes e preocupantes como aumento de homicídios, greve de professores, corrupção e tantos outros. O que intriga é que não discutem esses assuntos em nível nacional. Quase nunca trazem um jornal de circulação nacional e, quando o fazem, destacam apenas o assunto do seu Estado.



Eles dirigem seus discursos a um público específico, usam as palavras de fácil entendimento, gesticulam teatralmente e abusam de cacoetes para ganhar a simpatia do eleitorado, mas esquecem que o senador representa o Estado. O senador que só trata de assuntos domésticos se apequena e não costuma ser reeleito.



Os senadores que renovaram mandatos são os ‘nacionais’. Eles tratam de todos os assuntos e o fazem em nível nacional. Embora tenham uma causa a defender, discutem, ao menos superficialmente, muitos assuntos nacionais. Arrisco-me a citar como nacionais os senadores Álvaro Dias, Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy, Jarbas Vasconcelos, José Sarney, Paulo Paim, Pedro Simon e Tião Viana, a maioria com mais de um mandato e agraciados com o prêmio Congresso em Foco de 2008.



* Reportagem de Eduardo Scolese - Da Sucursal de Brasília. Intitulada “Um em cada 5 jovens não completou o ensino fundamental”

...Segundo trabalho feito pela Secretaria Geral da Presidência da República com base na Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.

No topo dessa lista de exclusão urbana, que leva em conta tanto os que não completaram o ensino fundamental como os analfabetos, estão cinco Estados do Nordeste.

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