Meus avós e meus tios idosos contam que , na época deles , o vestibular era mais justo pois testava o verdadeiro dom dos estudantes . Isto já começava no segundo grau , porque havia a seguinte divisão : quem gostava de línguas e da área de humanas fazia o Clássico e quem curtia a área de saúde e dos números fazia o Científico . Assim na hora do vestibular quem cursou o Clássico fazia as provas de Humanas , para tentar um curso de graduação somente nesta área , e , quem estudou o Científico fazia os testes de Exatas também com a intenção de entrar só numa faculdade desta área. Este método servia para direcionar os cursos de graduação de acordo com as reais habilidades de cada aluno.
Afinal por que um sociólogo é obrigado a decorar fórmulas de Química que nunca aplicará em sua profissão ?
Por que um químico é forçado a conhecer Literatura Universal ?
Tal método deveria ser aplicado em concursos públicos também .
Certa vez fui prestar prova para carteiro e deparei – me com questões de Trigonometria e Análise Combinatória . Então perguntei – me :
- Por que um carteiro precisa conhecer estas questões cabeludas de Matemática , se elas não terão serventia em sua profissão ?
Porém o que me espantou é que não tinham questões sobre a Geografia das ruas da cidade . Afinal um carteiro é obrigado a conhecer isto .
Ano passado havia um profissional destes que entregava as cartas do meu bairro em ruas trocadas . Ainda bem que o atual carteiro trabalha direitinho .
Aqui é possível concluir que os estudantes brasileiros não precisam de Vestibular com várias matérias , nem de ENEM e muito menos de cotas . O que eles precisam é de um ensino direcionado aos seus dons e competências , com testes diversificados para quem tem tendência à Humanas e para quem gosta de Exatas . Isto sim é valorizar a diferença de cada ser humano .