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Artigos-->Vôo GOL 1907 -- 15/07/2008 - 14:57 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este poema é de autoria de um jovem amazonense que tem na veia o sangue da poetisa Ana Zélia. È seu primeiro trabalho.



Vôo GOL 1907. (acidente aéreo entre o Boeing 737-800 da GOL e Legacy-600)- 29/09/2006 às 17:45h).



Vôo Gol 1907, em ti já voei,

Do aeroporto de Manaus decolei,

Para mim foi um número de sorte,

Para 154 foi o número da morte!



A 37.000 pés de altura,

Um jatinho julgou-se rei,

Fazendo no céu loucura,

Desobedecendo a severa lei.



A sua trajetória não cessa,

Sua velocidade é absurda,

Caiu com muita pressa,

Por outro a fazer diabrura.



Todos a bordo ficaram com medo,

Gritando em grande turbilhão,

Estavam todos agora a quedo,

Em direção a morte, em direção ao chão.



Aquele jatinho que se eleva,

Sem um comando real,

Poucos minutos não leva,

Para provocar um tremendo mal.



Para o impacto pouco tempo falta,

Todos levantam a mão

Em direção ao céu, de forma bem alta,

Pois em breve estarão no chão.



Famílias não podem dormir,

Todos se foram, partiste...

Além do nevoeiro, tão triste,

Ao recordar a despedida,

A voz fica comovida...



Há luz, somente vela meio morta,

No aceno, gesto de adeus, todos à porta,

Não sabiam da dolorosa despedida,

Pois todos partiriam, ficando sem vida...



De Manaus à Brasília, só neblina flutua,

Embaixo à distância as árvores sem rua,

No túmulo há mais de uma vaga,

A luz da vela que por si se apaga.



Penso naqueles e em ti que partiste,

Deixando alguém aqui muito triste,

Na noite pedaços de corpos estão no frio,

No solo as árvores deixam um grande vazio...



Dois aviões em pancadas sonoras,

Se chocavam no ar às cinco horas,

Em um acidente mais recente,

Deixando em terra gente doente.



Seus pilotos, homens guerreiros,

Foram para o vôo dos derradeiros,

Estão agora em fúnebre leito,

Com Deus repousam em seu peito.



És lembrado como a maior desgraça,

A testa de todos agora enrugou,

Aos pés de Deus estão em graça,

Todas as almas que Ele levou...



Todos aqui sentimos muita dor,

Do céu caíram pétalas de rosas em flor,

Dos que deixaram a terra sem vida,

Foi uma homenagem, uma despedida...



Houve mortes, não há mais fome,

Na terra, ainda há pequenos sem nome,

Das mães que tem uma cruz plantada,

Na copa das árvores há cova sepultada.



Quem lá passou a noite, logo se ouvia,

Choro das almas em canto de agonia,

Crianças, jovens, idosos de muitos anos,

Por um dos sofrimentos mais insanos.



Haverá saudades da vida que não existe,

Pois no túmulo a vida se encerra,

Quem morreu não volta mais à terra,

Deixando pai, irmão e mãe muito triste.



Os familiares acompanham a agonia,

Dor na alma, sem cessar, traspassa,

No final da tarde, ao findar o dia,

Tanta dor, tanta tristeza, tanta desgraça.





Sem escolha, sem volta, condenados,

Por causa de dois, todos desgraçados,

“Transponder” sem sinais traduzidos,

Corpos sem esperança eram perdidos.



O espírito da morte os céus remonta,

De um avião que saiu do Norte,

Depois do choque tudo se desmonta,

Tomba para o lado e cai nas mãos da Morte.



Não há frases e nem palavras,

Só há dores e sofrimentos,

Porque ao bater quebraram-se asas,

Para o último vôo só há lamentos.



Não há palavras que dizem tanto,

Só suspiro, soluço e grande pranto,

Em grande velocidade é a descida,

Não há tempo para fazer despedida.



O céu não perdoa quem assim age,

O sacrifício de tanto coração,

Não ficaram os dois num impasse,

Houve crime, não haverá perdão.



Deus dará o perdão somente,

No seu amor o perdão exprime,

Pedimos perdão a Deus em nossa mente,

Ele perdoará os culpados, não o crime.



A esperança com o tempo se esvai,

Ao se chocarem apenas um cai,

O que caiu, caiu por engano,

A escolha foi da Morte e não de um anjo.



Almas tristes, esposa tão aflita,

Seu choro triste que o soluço imita,

São soluços de ilusões perdidas,

Cartas de amor que não foram lidas.



Nas igrejas agora há vozes de sino,

Há choros, gemidos feitos como hino,

No mármore morto a laje é fria,

Há preces, cantos e Ave-Maria.



Loucuras de um jato que parecia perdido,

Como alma sem rumo vagando à toa,

Vindo do sul, sua asa havia batido,

Surge no céu um barulho triste que entoa.



Era barulho triste como grito agudo,

Tão forte que não se ouve nem no deserto,

Como vento nas ondas do mar sanhudo,

Ao julgar bem longe, estando tão perto.



Teu plano de vôo escrito em negras laudas,

Era estigma da tristeza e sensações,

Te fizeram bater as asas e as caudas,

Quanta tristeza, quantas decepções...



Teus pilotos queriam dar um show,

Sem deixar pegadas de seu vôo,

Parece que fugiam, os ares corta,

Não há o que fazer. A Morte não aborta.



Não choremos mais a morte,

Que acidentes não haja mais,

Pois na terra haverá um busto,

E no céu vários anjos a mais.



Harlheinz Schneider (06/10/2006)



Encontra-se também em Cordel. Ana Zélia





























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