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Cordel-->A tese da perversidade III -- 14/04/2003 - 12:33 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Clic"ali ==>>>> A tese da perversidade




Nunca foi questão de honra,
tanto como no presente,
ter emprego sem desonra,
pra ser cidadão decente.

Não basta ter profissão
graduada ou um pós.
Nem basta ser artesão.
Obreiros em catrapós.

Antes, as mais altas classes
das mais baixas já zombavam.
Faziam muitos traspasses,
mas obrar não aceitavam.

Simples atividades
eram como pífias tidas.
Hoje, quase raridades,
são por demais concorridas.

Mas, junto ao tal desprezo,
nascia também um medo
de, agindo com tal vezo,
reação viesse cedo.

Votar num inferior
e levá-lo ao governo
causava grande pavor.
Hoje, temos líder hodierno,

de classe inferior,
um ex-torneiro-mecânico,
sem um dedo, mas, sem dor,
a ninguém mais gera pânico.

Antes, povo era tido
como menor de idade,
de estupidez provido,
sem igual boçalidade.

Difícil muito seria
alcançar a paridade
em estupidez, que teria
a alta sociedade.

O "instinto de manada",
chamado de maioria,
era um conto de fada
pra quem era minoria.

Em nome de Deus pedia
a elite pensadora
pra não ser a maioria
a sua governadora.

Democracia política,
pra todos mesmos direitos,
era a figura mítica,
parecia mais enclítica.

Todos podiam votar,
desde que fosse num gênio,
mas posto nenhum galgar
e só ficar no poscênio.

E a coisa piorou
quando alguém descobriu
que o Homem só pensou
sempre depois que agiu.

Oh, ter governo político
por sufrágio maioral,
é ter produto raquítico
da era do racional.

A "falácia da composição"
diz: o que serve pra um
não precisa ter ação
geral, em grupo nenhum.

Mas contágios, infecções,
assim como a hipnose,
mudaram as opiniões,
gerando grande neurose.

O homem é racional,
requintado, calculista.
Multidão, emocional,
tem tudo de arrivista.

Multidão não raciocina,
tem mais é disposição.
Ajunta quem se afina
com líder de submissão.

Mas direito de votar
expandiu as multidões.
De tanto peso ganhar
democratizam rincões.

Disso nasce parlamento
altivo e autoritário,
capaz de num orçamento
quebrar público erário.

Assim, a democracia,
pelo povo consagrada,
vem com tal burocracia,
que se perde na largada.

Leis e regras nos iludem,
prometendo igualdade,
que os santos nos ajudem,
e a cara liberdade.

Legislador inculto
quer sanar os sofrimentos,
arranja obra de vulto
e aumenta orçamentos.

Querendo mudar o mundo,
de ridículo tem pecha
qualquer projeto rotundo,
cuja votação se fecha.

Do mundo melhorador,
além de mui inocente,
prova ser piorador
com reforma mais recente.

Que será da maioria
quando Congresso votar
as reformas, se porfia
por quem quer lhe onerar?

Feliz de quem trabalhou
vida inteira, sem ver
que o emprego findou,
sem profissão perecer.



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