Usina de Letras
Usina de Letras
80 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62138 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10447)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10332)

Erótico (13566)

Frases (50548)

Humor (20019)

Infantil (5415)

Infanto Juvenil (4749)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140778)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6172)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->ESTE PAÍS TEM JEITO... -- 25/03/2000 - 10:33 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESTE PAÍS TEM JEITO...

Paccelli M. Zahler


Diariamente, todos os noticiários costumam dar amplo destaque às negociatas e falcatruas que ocupam todo o tempo das elites deste país, transformando-as em verdadeiros escândalos que acabam denegrindo a imagem do Brasil no exterior.
Basta folhear os livros de História para ver a riqueza das lições de gatunagem explícita e generalizada que passam de pai para filho desde os tempos do Brasil Colônia. Contudo, sempre se observa um padrão: os pobres são presos, julgados, execrados e até executados em praças públicas pelo roubo de galinhas, pães, roupas, remédios, sapatos e roupas, ao passo que os ricos nunca o são e tampouco são julgados pelos desfalques nas empresas, preferencialmente estatais, pelo mau uso da verba pública, pela especulação com precatórios, pela venda de informações privilegiadas e confidenciais,... Normalmente, os inquéritos contra os ricos são arquivados por falta de provas e as Comissões Parlamentares de Inquérito, as famigeradas CPI, ficam inconclusas, na certa porque já não há mais testemunhas, "arquivos" já foram queimados e o dinheiro desviado já foi irmanamente dividido e depositado em contas secretas na Suíça ou no Uruguai.
Os acusados são automaticamente promovidos para cargos de confiança muito bem remunerados, enquanto os acusadores, aqueles que desejavam que a Lei fosse cumprida e sonhavam com um país honesto, são processados por calúnia e difamação.
Há algo podre nesse tratamento tão desigual! Por que somente alguns poucos têm o direito de roubar e ficar ricos em tão pouco tempo, enquanto os demais, os excluídos, têm de ser honestos para receber somente 15 reais de reajuste no salário mínimo como prêmio no Dia do Trabalho? Por que somente os figurões, os bacanas, têm o direito a pró-labores, jetons, caixa dois, sobras de campanha, contas secretas no exterior e à sonegação de impostos?
Não podemos ficar parados enquanto as negociatas estão sendo acertadas a cada minuto sem termos direito a um quinhão!
Se os grandes cobram 20 % nas transações com obras públicas, por que temos que nos contentar com migalhas?
É hora de dividirmos os lucros exorbitantes!
Vamos institucionalizar a cobrança de propinas, democratizar as mamatas, socializar a roubalheira, neoliberalizar a corrupção, a imoralidade e a bandalheira! Dessa forma, iremos nos locupletar com o erário público, ter casa, comida, roupa , educação e saúde. Seremos felizes sem a grande injustiça social da ladroagem para poucos e uma banana para muitos!
Com a roubalheira oficializada e democratizada, não mais haverá manchetes escandalosas denegrindo a imagem do Brasil no exterior.
O capital estrangeiro irá investir pesadamente no país. Imaginemos o cartel de Cali e Medelin, as máfias chinesa , coreana e japonesa, sem falar nos caciques da jogatina multinacional, gerando empregos, teses universitárias e exportando tecnologia de ponta sobre a arte e a ciência da transgressão da Lei. Vale lembrar que temos doutores no assunto!
Nem tudo está perdido!
Este país tem jeito... Jeito e cara de Terceiro Mundo!

(Publicado no Jornal PQP-um jornal Pra Quem Pode, como um manifesto do MOVIMENTO DOS SEM GRANA - MSG)

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui