Leitura da chama da misericórdia, segundo a carta de Padre Bidião.
Desde o início do ano, é uma tragédia atrás de outra noticiada quase que semanalmente e como sacerdote de prática diária no combate à hipocrisia na indignação da voz do cidadão comum esquecido nas históricas filas de atendimentos que minimizam as dores, venho através desta carta, expor um ponto de vista que a todos incide. É incrível como toda tragédia respinga nas lágrimas dos que vivem a fome diária por justiça, entretanto não com tanto impacto quanto acomete aos que desconhecem o real sentido da dor e assim, são mais impactantes. A dor diária provoca uma chama de misericórdia que, ironicamente por ação do destino, analgesia o que quase não tem antídoto. A chama por queimar, transforma em cinzas por misericórdia, as dores do comum cidadão desempregado, sem uma visão positiva de um futuro e carente de uma democracia... democracia na veia.
As tragédias vem tão somente confirmar a necessidade de repensarmos a vida, nossas interações e o anseio de uma sociedade mais democrática fundamentada nos direitos igualitários com amor e respeito ao próximo, principalmente o próximo desconhecido.