O mérito quem tem é o meu leitor,
Que sempre chega junto e me consola.
Eu peço compreensão.; ele dá bola
E faz-me satisfeito ao vir compor.
Eu sei que existe alguém que só se amola,
Porque não vê nos versos seu valor:
Queria uma poesia superior
E não um eco surdo de gabola.
Se eu digo que está bom, este deplora.;
Se digo que está mau, o outro chora
E diz para entender minhas virtudes.
Em crises de consciência, faço a rima,
Pedindo ao tal amigo que me anima
Para calar-me a boca: “É bom que mudes!...”
|