Usina de Letras
Usina de Letras
299 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62174 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50578)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Vida no campo ou na cidade? -- 29/06/2009 - 19:42 (Valdomiro Carezia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vida no campo ou na cidade?



A cada dia mais a artificialidade da cidade contrasta com a naturalidade do campo.



A formação de aglomerados urbanos é fato recentíssimo na longa existência do homem na terra, originalmente selvagem ou vivendo no campo.

O homem não abandonou espontaneamente a vida rural; desprezado, descuidado e desvalorizado, não resistiu à pressão da revolução industrial que precisou de mão de obra rápida e barata para os seus propósitos....



Os homens do campo migraram para as cidades, sem as mínimas condições, sem preparo, de repente. Viraram operários, comerciários, prestadores de serviço; trocaram os verdes campos pelo concreto, asfalto, poluição, disputas, vida mais cara, mais dificuldades...



Uma pena, hoje são vítimas na cidade grande, onde os problemas sociais crescem sem solução, onde a qualidade de vida não é a que desejam e merecem.



Os aglomerados urbanos ocupam espaços territoriais sensivelmente pequenos para as necessidades humanas, perto da vasta área geográfica disponível, pelo menos, em se falando de Brasil.



Contamos com uma imensidão e vivemos “prensados”, disputando áreas aos metros quadrados.



Como dissemos, o fenômeno urbanização é novo e em nosso meio há uma mistura de gerações: aquelas cuja vida se originou na zona rural e que, portanto, aprenderam o gosto pela terra, com suas riquezas naturais e aquelas já geradas e criadas na cidade, sem o precioso contato com plantas, animais, frutas, verduras...



Certamente esse contato com a natureza, sua pureza e grandeza, faz falta para essas gerações essencialmente urbanas. Fica muito difícil que assimilem a importância da ecologia, da preservação do meio ambiente, do controle da poluição e da exploração racional dos recursos naturais, das matas, da água potável... Um conhecido, morando em São Paulo, ao casar e ter filhos fez questão de comprar um sítio com árvores porque achava que suas crianças precisariam dessa convivência com a natureza. Acho que ele tem razão. Isso explica o grande número de chácaras compradas por habitantes urbanos e mantidas para breves convívios de final de semana. Melhor que nada, pois repara as perdas e os desgastes da semana atarefada na aridez dos grandes centros de concreto. Daí, o sucesso dos hotéis fazendas, do turismo rural, do “arborismo”, etc...



Não há dúvida, a convivência com o rural enriquece o ser humano, notadamente as crianças: subir em árvores, escalar pedras, ar livre, frutas no pé, caldo de cana, milho cozido, pamonha, porquinhos, vaca, leite da hora, cafés da tarde com o bolo da avó...



A cidade propicia mais acesso a serviços, bens de consumo, empregos e transportes, mas tudo isso a um preço alto. Ela não oferece condições decentes e saudáveis para abrigar humanamente a todos; a vida aqui se torna cada vez mais difícil. Em contrapartida, garantem os especialistas, no campo se vive melhor, de modo mais saudável, com mais sossego, descanso e livre desse inimigo número um da vida moderna – o stress.



Não há como não sentir saudade da vida no campo que borbulhava tempos atrás, mas que se reduziu a quase nada; saudade dos homens do campo, heróis que resistiram o que puderam, mas foram vencidos.



Ficamos imaginando como tudo poderia ser diferente se eles tivessem a atenção de nossos governantes, com melhores condições para viver: escolas, energia, recursos econômicos, assistência médica, etc... Faltou realmente muita coisa.



Ao comparar as duas realidades, assim escreveu meu sogro, um camponês que precisou deixar a terra:

“...Deixei as vacas, as árvores, o pomar, os pássaros.

Amanheci na cidade!

Levantei cedo, como de costume.

Abri a porta que sai p`ra rua

Vi carros,

Vi gente,

Vi fumaça.

Ouvi barulho.

Olhei p`ra cima,

Só vi o céu,

Só vi casas,

Só vi muros.

Não vi o Sol nascer

Não escutei o mugir das vacas,

nem o cantar dos pássaros;

não vi nada...”



Sem dúvida, um desabafo, como o de tantos outros que, de alguma forma, foram obrigados a abandonar suas raízes e migrar para as cidades.



vcarezia@ig.com.br



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui