Clic"ali ==>>>> A tese da Perversidade
Até Serra Negra fui,
seguindo dona Onça.
Lá, a gente se instrui,
indo numa geringonça.
Estiquei até Pedreiras,
pra ela poder comprar
aquelas mesmas asneiras,
enquanto fico no bar.
É quando surgem piadas,
umas até registráveis,
outras, de tão já contadas,
são bastante descartáveis.
Mas tem aquela do sujeito
que deixou, em testamento,
o seu derradeiro pleito,
quanto ao sepultamento.
Homem que era do campo,
quis sua marca deixar:
depois de fechar com tampo,
caixão pro brejo levar.
Isso causou na família
um tremendo reboliço.
E lembraram de uma tília,
sob a qual havia isso.
Mas ficaram intrigados
com o desejo do morto,
pois estavam preparados
pra sepultá-lo num horto.
Pela vida que levou,
até o corpo devia
pagar, pelo que sambou,
pelo que fez de folia.
Sendo levado da breca
quis que todos se lembrassem
seu gosto por perereca,
no brejo o enterrassem.
Contei uma do Joãozinho
quando flagrei comentário
sobre quem tinha netinho
muito vivo, refratário.
E recebi, como troco,
aquela do torcedor
bichoso, mas no sufoco,
pelo Palmeiras com dor.
Pro alto da serra foi,
a fim de suicidar.
Palmeirense não é boi
pra de segunda ficar.
Já que queria pular,
o são-paulino pediu
pra sua roupa lhe dar,
e ele tal consentiu.
Vendo bem nua a bicha,
o são-paulino suplica,
já que pra vida não lixa,
para botar-lhe a pica.
O são-paulino gozou
e ficou agradecido,
o palmeirense vibrou
e ficou mais decidido.
Vestiu as roupas de novo,
e de morrer desistiu.
E foi pra junto do povo,
dizendo que descobriu
nova razão pra viver.
Escolheu time de massa,
pro Atlético torcer,
e provocar mais devassa.
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