I
Na onda do evangelho navegamos,
Buscando um porto mais para atracar.
Seja este posto o cais, um bom lugar,
Que é tudo o que nós todos desejamos.
Quiséramos chegar bem devagar,
Que os frutos pendem verdes destes ramos,
Porém, as ordens são p ra que cumpramos,
Porque nem todos podem esperar.
O treino de um soneto é suficiente,
Na busca de encontrar o melhor jeito
De ver como é que o médium nos pressente.
E, se o leitor disser: — Eu os aceito,
Sem restrições, e sim completamente. —,
Alegre o coração nos bate ao peito.
II
Quando Jesus, um dia, descobriu
Que os homens iam pô-lo numa cruz,
Agradeceu ao Pai a sua luz,
Pois outro, em seu lugar, nunca sorriu.
Sabendo o que no Mestre mais seduz,
A humanidade o amor não compartiu,
E teve uma atitude, em desafio,
Querendo ver aonde o mal conduz.
Se nós tivermos jeito p ra Doutrina,
Porque julguemos fácil de entendê-la,
Lembrando cada lei que nos ensina,
Deixemos, lá no céu, a luz da estrela
E, mesmo sendo a dor a nossa sina,
Obremos com Jesus, para vivê-la.
III
Agradecer ao médium seu trabalho
É obrigação de quem conhece o ofício,
Embora julgue ele um estrupício
O verso que lhe sabe a rebotalho.
Não vamos aumentar o seu suplício,
Mostrando ter-nos sido um quebra-galho.
Se fosse, simplesmente, um agasalho,
Poupar-nos-ia rude sacrifício.
Cá não viemos para lamentar
Que o povo não nos siga na Doutrina,
Que até Jesus chegou bem devagar.
Queremos, sim, que a gente mais ladina,
Aos poucos, mude a vida, dando ao lar
O mesmo amor que o médium nos ensina.
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