ASAS ABERTAS
É mais que madrugada... o céu ainda
Quase a acordar. Em perspectiva,
Desponta à porta uma sombra embranquecida,
Embaçada... repentina e solta no ar.
Os olhos na tela... vigio o sono
Que se foi... Descerro o véu da minha frente.
Levanto-me, chego à porta e abraço
O efeito que se dissolveu no ar.
É cheiro de maçã o ar que então aspiro
Quando a imagem enevoada, levantando
As asas abertas, voa para o nada
E nada em mim fica do que vi.
Não sei dizer se o que aconteceu
Senti.. Só ouço cânticos de outrora
Quando à aurora, levanta-me e ía
À porta, esperar o céu se levantar.
Cida Piussi
01/06/00
|