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Poesias-->6.O DIA -- 01/11/2002 - 07:19 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



A inveja pode ser até que boa,

Ao mover o indivíduo a servir,

Querendo sobre os mais sobressair,

Deixando de fazer a coisa à toa.



No entanto, ao pensarmos no porvir,

Será triste pecado, se a pessoa

Julgar que o pensamento não destoa

Da lei que nos obriga a progredir.



Na vida, não existe perfeição,

Por isso é que aceitamos o desejo

De ser assinalado o caro irmão.



Porém, depois, no etéreo, vem o ensejo

De receber do Pai o seu perdão,

Se confessar com fé: — O Bem almejo!









II



O ódio que nos tranca o coração

E faz com que percamos nossa vida

Não tem, além da dor, qualquer saída,

Que a dor é que nos traz a salvação.



Depois de ter a alma arrependida,

De ter rogado ao outro o seu perdão,

As emoções do amor é que darão

As normas p’ra empreender de novo a lida.



Por que sofrer um tanto desde agora,

Se temos da doença o bom remédio

Que nos porá de pé sem mais demora?



Obremos p’ra evitar o vil assédio,

Rogando que esse mal vá logo embora,

Sabendo que é produto só do tédio.









III



No dia em que os colegas se reúnem,

O tempo fica curto para nós,

Tendendo este soneto a ser atroz,

Que a pressa e o desespero mais nos punem.



Contudo, quase sempre a nossa voz

Alcança os que do fato se premunem:

Alvoroço, se os entes muito zunem.;

Alegria, se o médium abre os nós.



Os seres que atormentam este dia

(Perversidade torpe de um momento)

Acabam por trazer sua poesia,



Que a falta dela há de pôr lamento

No coração de quem melhor faria

Se abrisse suas asas para o vento.









IV



Conscientes da imperfeita melodia,

Teimamos em voltar à velha rima,

Pois não queremos ver a doce estima

Perder-se, por pensar estar “em fria”.



Os versos que fizemos logo acima

Procuram não rimar “patifaria”

Com algo que p’ra nós também daria

A idéia de que o médium desanima.



Fizemos os sonetos com amor,

Que o belo sentimento nos fascina,

Embora não saibamos seu valor



P’ra quem nos lê com alma pequenina,

Cuidando que não paga a pena pôr

Um olho só no verso que arruína.









V



Sentimos ter de vir p’ra declarar

Que o gênio não nos serve para nada,

Na esfera em que a pessoa está parada,

Não indo nem ao menos devagar.



O modo de pensar deixa calada

A turma que aqui veio poetar,

Que o tédio enxameia o nosso ar

E a bruma da ilusão esconde a estrada.



Jesus também sentiu a mesma dor,

Na hora em que se viu bem preso à cruz,

Contudo pôde orar ao bom Senhor,



Que era dele a doce e forte luz.

A nós cabe rogar que haja amor

Em quem por estes versos se conduz.









VI



Ativo, o nosso médium se estimula

A prosseguir, impávido, no clima,

Pois a facilidade o reanima,

Ao ver que o nosso verso jamais pula.



Aberto o seu estojo, tira a lima,

Aparando as arestas numa vula.

No entanto, esse seu gesto não regula,

Pois nunca tem a rima mais opima.



Nos últimos minutos, fecha o verso,

Querendo despachar-se para o Centro,

Mas pensa um pouco que, talvez, perverso,



Fugiu do tema, por estar por dentro

Das normas que nos regem o universo,

Como no molho nunca põe coentro.



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