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Artigos-->Caim Matou Abel -- 21/10/2009 - 22:19 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Último Livro de José Saramago

“ Caim matou Abel” uma citação bíblica entre tantas outras situações violentas que a Bíblia vai descrevendo em suas passagens.

A estas se contrapõem outras de extrema generosidade humana ao mesmo tempo que nos mostra um Deus, um Pai amoroso, protetor, de bondade sem limites.

A Bíblia é um livro que nos remete à essência humana: somos bons e somos maus. Somos cruéis, sanguinários e somos capazes de nos atirar ao mar, mesmo não sabendo nadar para salvar alguém que nem sequer conhecemos.

“ Caim matou Abel” um registro de um inconsciente coletivo capaz de ferir, matar num determinado momento histórico.

O que deveria ser questionado não seria tanto o livro Caim do escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998, nem a reação da igreja nem do mundo judaico nem de qualquer outra instituição ou mesmo pessoa física.

Devíamos questionar sim o fato de no mundo atual se continuar esta prática: tantos mil anos depois não faltam irmãos a matar e a roubar irmãos, pais a matar e estuprar filhas, filhos a matar pais, pedófilos a matar a inocência, traficantes a matar a alegria de viver uma juventude sadia.

Não sei se o escritor José Saramago aborda em seu livro as matanças do nosso tempo. Não o li ainda.

O escritor é antes de um Teólogo, um Sociólogo, um arauto a mostrar as mazelas, os crimes sociais de toda a sorte para que se faça alguma coisa.

Assim são todos e José Saramago não foge à regra, o Nobel de l998 é prova disso.

Assim foi no Brasil Graciliano Ramos quando escreveu “Vidas Secas “, o retrato mais contundente da seca do Nordeste brasileiro. Primeiro seca o corpo, a alma definha junto, a mente atrofia até não sabermos quem está mais lúcido, se é a cadela baleia, que ainda conserva alguns laivos de lucidez ou se é Fabiano, personagem principal do romance, tão seca está a razão.

Assim foi com Castro Alves em “Navio Negreiro”. O Inferno de Dante Alleguieri era ali naquele navio. Também como em Vidas Secas o homem perde a razão, ficou só o instinto de sobrevivência e até este se foi também. E tantos outros textos literários poderia citar aqui, todos eles tentam passar mensagens para alertar a sociedade.

As coisas podem sempre ficar melhor, mesmo quando já as consideramos boas.

O que choca não é Caim ter matado Abel há quantos mil anos atrás, mas continuarmos sendo “o homem o lobo do homem”. Continuarmos ainda a lutar pela sobrevivência.

Há ricos, claro que há ricos, mas até estes só serão realmente ricos quando o próximo não precisar escalar os altos muros e cortar as cercas elétricas que os protegem para roubar ou matar.

Só serão realmente ricos quando o medo desaparecer da face da Terra.



Lita Moniz

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