O CAMINHO DO AMOR.
Ana Zélia
Pela primeira vez me destes o rosto pra beijar e não entendi.
Beijaste-me o rosto pela segunda vez.
Estremeci. Falaste da mulher com quem dançaste a noite inteira.
Parece-me frágil, apesar da voz e do porte.
Não sei o que sentes ou sentiste por mim quando disseste: __ Melhorou agora.
Senti minha pele tremer, os pelos arrepiar. Senti algo estranho em meu olhar.
Espero não me envolver, me apaixonar por você. Não daria certo nunca, como não deu com os outros.
Homem casado é carga pesada.
Não sou carreta para o transporte, tenho medo, creia, tenho medo.
Medo de não me conter e te evitar. (Manaus, 21/03/1992)
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Nota da autora. O amor acontece quando menos se espera mulher faceira, brejeira, atraente, capaz de levar os homens à loucura, me achava assim. Foram tantos acontecimentos, o pior de tudo é o sofrimento da perda do que nunca se teve, só instantes. Relembro minhas memórias vivas em alma morta. Manaus, 31 de outubro de 2009. Ana Zélia
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