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Artigos-->A SEGURANÇA ALIMENTAR -- 16/11/2009 - 13:48 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A SEGURANÇA ALIMENTAR E A REDUÇÃO DA FOME NO MUNDO

João Ferreira

16 de novembro de 2009





Infelizmente nossas sociedades não aplicam muito a « razão sensível » para pensar e dimensionar o enormíssimo problema da fome que tortura milhões de seres humanos no mundo. A fome é não apenas a carência alimentar extrema, mas a causa de graves doenças e de desconforto existencial. A geografia da fome está centrada em grupos populacionais da África, da Ásia, da América latina, da Oceania e também dos próprios países ricos. As lideranças políticas mundiais, apesar dos discursos promocionais não têm concretizado de maneira pragmática uma ajuda susbtancial para resolver este problema no planeta. Hoje, dia 16 de novembro de 2009, a imprensa mundial registra uma cúpula (digamos, por outras palavras, segundo o vocabulário de cada um, uma cimeira, um vértice, uma summit) de líderes mundiais se realizando na sede da FAO [chamada também de "Parlamento da Fome"], para analisar e buscar soluções para esta crise. Está sendo chamada, essa reunião de cúpula, de « segurança alimentar ». Nos cartazes da reunião na FAO destaca-se, em francês, o mesmo pensamento : « sécurité alimentaire ». Buscam-se as bases para que a população do mundo tenha o « pão nosso de cada dia », o necessário para comer em cada dia. Isto é o básico. Em outros termos, busca-se uma segurança alimentar. E com ela a proteção à infância, aos doentes, aos velhos, aos carentes, aos excluídos,à humanidade inteira. As palavras pronunciadas pelo Secretário geral da Fao tocam o lado executivo do problema : « Para eliminar a fome no mundo seriam necessários 44 bilhões de dólares para aplicar em desenvolvimento, infra-estrutura, tecnologia e inovação ». Em seu discurso, o papa Bento XVI fez ressaltar que é « inaceitável a convivência de opulência e desperdício » e que « a terra pode nutrir a todos ». Na reunião foi aprovada por aclamação a minuta do documento final que prevê cinco ações para combater a fome, pedindo aos governos que garantam aos países em desenvolvimento as verbas prometidas. Mas nada mais que isto. Não foram acrescentados outros fundos além dos que já estavam prometidos. Como nota importante de observação, foi destacada a ausência dos países ricos na reunião. Berlusconi, anfitrião da casa e presidente dos trabalhos da cimeira foi a única figura presente entre os líderes do G8.



Como observação para os leitores, importa lembrar que a FAO,chamada Organização para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization) é um departamento da ONU, fundado em 1945, no estado do Quebec, Canadá. Desde 1951, passou a ter sua sede em Roma. É uma organização internacional a que pertencem 180 países, além da União Europeia. Desde sua fundação teve como finalidade a melhoria da qualidade de vida da humanidade, através de uma alimentação mais adequada e saudável, assim como o incremento da produtividade agrícola e das condições das populações rurais.

O problema atual dos dirigentes e responsáveis pela política mundial é buscar uma nova estratégia de luta contra a fome e incentivar os países pobres a aumentarem de maneira substancial a ajuda à agricultura.

Esta seria, em tese, a pauta política. Na realidade porém, sabemos, como abertamente o proclamam programas e debates nas Tvs dos vários países que os alimentos apesar de escassos se tornaram objeto de vampiresco assalto nos preços. Certos produtos básicos de alimentação como milho, feijão, arroz, carne e óleo, que deveriam ser contidos por políticas de preços em programas de governos continuam a ser aumentados demesuradamente tornando seu acesso mais difícil às populações de baixa renda,prejudicando as políticas regionais e locais contra a fome.

Seja como for, importante é saber que os desafios maiores continuam de pé : não é nenhuma novidade perguntar como é que os governos mundiais vão fazer para alimentar uma população que aumentará um terço de 2009 até 2050, devendo atingir a cifra de 9 bilhões e cem melhões de seres humanos, quando exatamente a desnutrição bate recordes e atinge atualmente mais de um bilhão de pessoas ? O que parece inadiável é que se estabeleçam regras para impedir que os paises ricos façam uma razia nas terras agricultáveis dos países pobres.

O mapa da fome diz que há 642 milhões de famintos na Ásia e no Pacífico, 265 milhões na África subsahariana, 53 milhões na América latina e Caraíbas,42 milhões no Próximo Oriente e Norte de África e 15 milhões nos países desenvolvidos.

No momento, as estatísticas dizem que o Programa alimentar mundial (PAM), que é uma agência da ONU destinado a distribuir víveres e prestar ajuda a 102 milhões de pessoas, atravessa grande crise financeira. Numa previsão de 6,7 bilhões de dólares feita para 2009, três bilhões não foram pagos pelos países doadores, o que levou o programa a reduzir drasticamente as rações alimentares.

Para deter a fome no mundo, o planeta deveria produzir, segundo a FAO, desde agora até o ano 2050, mais 70% de alimentos. Os técnicos e especialistas acham que isto seria possível se a agricultura e a luta contra a desnutrição fossem colocadas entre as prioridades dos governos. As políticas e os compromissos não têm se empenhado nisso. Só para dar um exemplo, apresentado pela mídia: em 2004, os países africanos numa declaração redigida em Maputo, capital de Moçambique, concordaram em aplicar 10% de seu orçamento nesta luta. Mas apenas 5 governos que haviam se comprometido cumpriram suas promessas. No Malawi e no Brasil a desnutrição infantil diminuiu. Em contrapartida, na Índia, apesar da « revolução verde » conta trinta milhões de famintos a mais. O Paquistão, a Etiópia, o Congo, a Serra Leoa, a Guatemala e muitos outros países se afundam na crise. No total, trinta e um países estão em grandes dificuldades, sobretudo no chifre da África,

Esta reuniião da FAO pode avivar na nossa consciência esse dramático problema humano. A cimeira de Roma está empenhada em « institucionalizar um « comité de segurança alimentar » e criar « uma rede de peritos e técnicos de alto nível » que se encarregue de elaborar e propor novas estratégias contra a forme. Ajudemos da maneira que for possível a diminuir a fome no mundo, começando pelo mundo mais próximo à nossa porta.



João Ferreira

Brasília

16 de novembro de 2009

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