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Cordel-->10. CARIDADE E VERSOS -- 09/05/2003 - 06:30 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Antigamente, eu fazia,
Em pouco tempo, a poesia
Que encantava toda a gente.
Punha nos versos, loucura!,
As ânsias da criatura
Que se dava falsamente.

A obrigação da verdade,
A partir da caridade,
Torna tudo muito cru.
Sem manto de fantasia,
Nem Eça melhor faria,
Deixando o coração nu.

É aqui que entra Jesus,
Os problemas nos reduz,
Por seus ensinos de amor,
Conservando, na lembrança,
Que no bem sempre se avança,
Tendo carinho ao compor.

Bem conheço as deficiências.
Estão claras as evidências
De como os versos são frágeis.
Ao reler, depois, a trova,
A visão não se comprova,
Pois parecem bem mais ágeis.

As aparências enganam,
Mas as virtudes promanam
De um pensar simples e bom.
Ao conhecer os efeitos,
Evitemos os defeitos
Por demonstrar termos dom.

Estruturadas as rimas,
Elejamos nossos climas,
Evidenciando o sistema.
Talvez não fique mui grácil,
Mas passamos que é fácil
Versejar em nosso esquema.

É só questão de tentar,
Começando devagar,
Despertando para as lavras,
Escolhendo um bom assunto
Que, ao se dispor no conjunto,
Não tropece nas palavras.

Mas não aja por política,
Não tenha medo da crítica:
Diga tudo como é.
Quem se torce co a verdade
Do bem não se persuade:
Age sempre com má-fé.

A Jesus peça socorro,
Quando, ao subir este morro,
O coração bater forte.
A responsabilidade,
Que a séria tarefa invade,
Vai indicar nosso norte.

Vamos pensar mais um pouco,
Se algum intento mui louco
Faz perigar nosso verso.
A primeira idéia chega,
Mas não poderá ser pega,
Se o enfoque estiver perverso.

Os cuidados com a vida,
No desempenho da lida,
Devem ser do mesmo jeito.
Ir com calma no trajeto,
P ra tudo ficar completo
E no etéreo ser eleito.

Ao cumprir sua missão,
Os amigos lhe darão
Mais afeto e mais amor.
Os laços se estreitarão;
Eis aí a salvação:
Basta um só verso compor.

No final, demonstre estima,
Por ter encontrado a rima
Que toda a culpa redime.
Abrace o povo querido,
Com ternura, comovido,
Em sentimento sublime.

E reze contrito ao Pai,
Prometendo que inda vai
Trabalhar p ro bem alheio,
Que as estrofes que terminam
Só esta lição ensinam:
Não é o fim; é o meio.

Se você tiver talento
E quiser marcar um tento,
Ponha beleza na glosa.
Componha um trabalho honesto,
Não demonstre ser modesto,
Porém, não esteja “prosa”.

Humildade é desperdício,
Quando não remove o vício
De se julgar superior.
Quem tem o supremo dom
De manipular o som
O faça com mais vigor.

— “Contradição!” —, vão dizer.
— “Quem não tem esse poder
Não pode gerar conselho.
Se não quiser dar escândalo,
Não use cheiro de sândalo;
Mire-se antes no espelho!”

Querem provar nosso brio?
Que se aceite o desafio
E se verseje o evangelho.
Um pouquinho a cada dia,
Não fará mal a poesia
Quem terminá-la bem velho.




Esta turma aqui presente
Vem dizer ao escrevente
Que terminou o trabalho.
Mas não fique muito triste,
Pois nosso mentor insiste
Em quebrar o nosso galho.

Vai pedir que prossigamos
A “quebrar os nossos ramos”
Com o peso destes versos;
Com gracejos, travessuras,
A espantar as criaturas
— “Que cambada de perversos!”

Mas não nos queira tão mal,
Só porque, neste final,
Resolvemos amainar
A tensão que, o dia inteiro,
O manteve prisioneiro
Deste nosso mourejar.

Agradeça à cara esposa,
Que, abandonada, não ousa
Reclamar da solidão.
Tão solícita, coitada,
Dá o que tem, não pede nada,
Ou melhor, pede perdão.

Agora, vá descansar,
No recesso do seu lar,
Pondo em dia os pensamentos,
Pois quem reflete por nós
Fica mudo, perde a voz
E esmorece os sentimentos.

Não espere um grão final,
Nada forte ou “animal”,
Como se diz hoje em dia.
Um: — “Até breve, querido!
Volte sempre, resolvido
A aturar nossa poesia.”

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