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Cordel-->11. TRABALHAR PELOS IRMÃOS -- 10/05/2003 - 07:31 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando Jesus veio ao mundo,
Um sentimento profundo
Se espraiou pelo universo.
Era o amor imaculado:
Desde o pobre ao abonado,
Ninguém havia perverso.

Mas isso durou um dia,
Pois, ao normal, voltaria
A humanidade em seguida.
Se Jesus tivesse o dom
De tornar o mundo bom,
Para que tamanha lida?

Depois que Jesus partiu,
Foi aí que o povo viu
Quanto tinha sido injusto.
É que a paz queria eterna,
Sem desfazer a caserna,
Que a virtude tem seu custo.

Até hoje esse estribilho
Passa de pai para filho
E se espalha pelo mundo.
Poucos são os que, ao contrário,
Mantêm o dever diário
E cada vez mais fecundo.

— “Eis pessimismo barato!
Esse cara aí é ‘chato’!
Não respeita a liberdade,
Fala tanto da virtude,
Mas mantém triste atitude
Que a ninguém mais persuade.”

Concordamos plenamente,
Porém, quem pensa e não mente
Deve deixar tudo claro.
Se existe quem faz o bem,
Em grande número vêm
Os que merecem reparo.

Não falamos por falar,
É que nos cabe ajudar,
Advertindo na hora.
Quem não faz ouvidos moucos
(Infelizmente são poucos)
Não joga o conselho fora.

Se Jesus voltasse à Terra
(A nossa conta não erra),
Morreria aos trinta e três,
Que o povo não tem paciência
Para ouvir sua ciência
E o mataria outra vez.

Assim morre todo dia,
Quando cada qual adia
O cumprimento da lei,
Deixando minguar à fome
Quem nem um pão só consome,
Abandonado da grei.

— “Esta gente nos assombra!” —
Diz, deitado em fofa alfombra,
Quem tem manjares supimpas.
Não sabe que o povo geme
Quando, em malocas, se espreme,
Sonhando com camas limpas.

E reclama destes versos,
Dizendo que são perversos,
Sem cadência e pobre a rima,
A mostrar as negritudes,
Para causar inquietudes,
Rejeitando a sua estima.

— “São contrários à Doutrina,
Porquanto Jesus ensina
A perdoar todo o povo.”
Mas lá se lê, na Escritura,
Que é dever da criatura
Buscar não errar de novo.

Fique o dito por não dito,
Se quem nos ler é bonito,
Pelas nobres atitudes.
Mas quem tem bom coração
Já nos deu o seu perdão:
Apanágio das virtudes.

Esta turma é mais guerreira:
Do abismo fica na beira,
Sem medo de despencar.
É que, p ra ganhar petisco,
É justo correr um risco;
Mas não nos ponha em altar.

Somos pobres devedores,
A sofrer muito co as dores
Dos incautos orgulhosos,
Que vão arder nos infernos,
Por desejarem eternos
Da matéria os doces gozos.

Humildade e compreensão,
P ra que possa dizer “não”
Às tentações desta vida.
Na passagem pela morte,
Há que se ter passaporte
Conseguido em dura lida.

Quem chegar àquela gare,
Não espere que lhe pare
O trem da felicidade,
Se, perante os sofredores,
Por julgá-los inferiores,
Se esqueceu da caridade.

Serão tristes nossos cantos,
Não terão doces encantos,
Promessas de muita luz.
É que lembramos o Mestre,
Cujo passeio terrestre
Terminou em negra cruz.

— “Não se esqueçam de Kardec,
Que a fé nos abriu em leque
De redentoras promessas!”
Se aqui somos, lhe devemos,
Isso nós reconhecemos:
Em seu jogo, somos peças.

O “Espírito de Verdade”
Falou-nos da caridade,
Sem a qual ninguém se salva.
Por isso, recomendamos
Que haja frutos em seus ramos,
Sua luz seja mais alva.

Nas preces, fale baixinho,
Agradecendo o carinho
Do Pai pela criatura.
Reconheça que o trabalho
Sempre há de ser o atalho
P ra tornar a alma pura.

Faça preces de improviso,
Demonstre que tem juízo,
Peça pelos semelhantes
E prometa, com denodo,
Modificar-se de todo,
Sempre bem melhor que antes.

Desculpe-se com Jesus,
Sinta o peso dessa cruz,
Carregue no sentimento.
Faça escorrer grosso pranto,
P ra recuperar o encanto
Destes versos, sem tormento.

Quem se arrepende é capaz
De sentir de novo a paz,
Trabalhando com ardor;
E recebe, humildemente,
A bênção resplandecente
Que lhe envia o Criador.

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