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Artigos-->LÁGRIMAS DE UMA BONECA. -- 20/12/2009 - 08:57 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420481116383600
LÁGRIMAS DE UMA BONECA.

Ana Zélia



O Natal estava próximo.

O coração das crianças agitava-se à espera do velhinho.

Será que viria? O que traria?

Dizem que o bom velhinho pensa em todas as criancinhas.



Ah! Se ele tivesse preconceito, como seria o presente das crianças de peles diferentes? Ou dos Anjos negros como eu?...

A cada vitrine um olhar de meiguice como a embalar sonhos impossíveis.



Ela nascera de “bumbum pra lua”, rica, seu berço era de ouro.

Naquele dia no shopping se fazia igual à todas. Pelo menos nisto, as crianças se igualam.

Na vitrine a mais bela boneca, mais cara roubava o espetáculo, à espera de alguém que a levasse.

Valia o salário de muitos.

As mãos que a fabricaram lhe deram vida, jamais a poderiam tê-la. Era uma obra de arte.

A menina rica ao vê-la disse aos gritos:

Quero esta! É linda!

_ Embrulhe pra presente!... Diz o pai.

Uma caixa enorme numa sacola plástica e dentro dela a maravilha.



É Dia de Natal! Todas as crianças mostram seus brinquedos, os que nada ganharam participam da festa, olhando os outros que estão felizes. Sonham com dias melhores em que terão seus brinquedos, como qualquer criança. São as desigualdades da vida..



Ela descera do castelo e mostrava às amiguinhas a sua boneca que naquele dia era linda. Amanhã nem sabia se ainda a queria.

Logo outro brinquedo a substituiria e como tantos, o lixo seria o último lugar escolhido.



A felicidade seus pais compravam a troco de nada... Caríssima na loja e sem valor algum...

Cabeça fora do corpo, nua, não chorava, deixou de cantar, as pilhas enfraquecidas tiraram-lhe a beleza...



Pobre boneca! Fora bela. Impossível. E o que era?

Fragmentos à solta. Uma criança. Lhe junta os pedaços, limpa-a e ela volta a ser a bonequinha linda.



_ És linda! Diz docemente colocando-a no colo.

A menina que fora sua dona a olha com desdém e diz à coleguinha: Você a quer? É lixo! Eu não a quero mais.

A pequenina exclama: É minha! Obrigada!

Ah! Ela é minha! Minha! Obrigada! Repete aos gritos. Acaricia aquela bela obra.



A pequena olha-a nos olhos e o que ver? Lágrimas! A boneca chorava. Mesmo não sendo humana possuía o que sua ex-dona não tinha. Sentimentos.



Ah! Crianças! Conservem seus brinquedos, não os destruam, mesmo que seus pais sejam ricos, pense naqueles que nada possuem. Ninguém tem o direito de humilhá-los.



Se um dia você cansar de seus brinquedos, doe a uma criança, destas que só sonham ou a uma casa de caridade.

Com este pequeno ato, você fará outras crianças felizes.



Porque os “desgraçados” sabem valorizar o pouco que ganham, é mais alegre, a eles a Esperança é tudo e não morre.



Belém-PA, 01.12.1993

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Nota da autora- Eu presenciei este fato, estava de passagem por Belém, a filha da empregada tinha ganho da mãe uma bonequinha que ela comprara bem baratinho, um navio afundou antes de atracar no porto de Belém, algumas mercadorias foram retiradas, e a quantidade maior eram de bonecas, postas a secar eram vendidas em todos os lugares, a menininha rica era neta da dona da casa onde eu estava e quis a boneca da garota, foi feita a troca. Hoje, seu avô que era senador, morreu, os pais se separaram e assim caminha a humanidade. Manaus, 20.12.2009 (Ana Zélia)























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