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Artigos-->O erro de Deus -- 17/02/2010 - 11:27 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A alegoria do Paraíso foi criada pela igreja para explicar que Deus, Todo Poderoso, pode dá o céu ao homem, ou mandá-lo ao inferno. A igreja foi muito competente em mais essa missão e hoje respeitamos Deus e tememos ser expulsos do jardim do Éden.

O eleitor elege alguém para orientar e colocar ordem em sua vida. Inventamos a política para ligarmos os humildes aos poderosos. Votamos nos políticos para nos proteger e até nos punir.

Deus fez o melhor dos mundos para Adão e Eva. Colocou-os sozinhos no Paraíso, sem sogra, ex-mulher ou vizinhos. Ainda assim não descuidou deles. Ficou de olhos abertos e seguia todos os seus passos. Vez por outra Deus descia do céu e vinha conversar com suas criaturas. Depois de longas conversas e trocas de idéias Deus voltava para cuidar dos oceanos, plantas, aves, peixes e outros animais.

Nós eleitores, criamos o melhor dos mundos para os políticos. Demos a eles poderes, prestígio, um bom salário, aparição na televisão e reconhecimento por onde quer que andem. Ainda assim não descuidamos deles. Ficamos de olho em seus passos. Vigiamos suas atitudes no poder, com a família e com a sociedade. Até permitimos alguns excessos, mas não perdoamos grandes desvios de conduta. Vez por outra saímos de nossa casa e vamos conversar com eles. Às vezes nem saímos, o fazemos pela internet, telefone ou carta. Depois da conversa voltamos para cuidar da família, do trabalho, sair para pescar e até escrever um texto para as nossas caríssimas leitoras e leitores.

Até que um dia apareceu uma serpente esbanjando simpatia. Trazendo uma linda maçã, convenceu Eva quebrar as regras ditadas por Deus. Nós já sabemos o final. Adão e Eva foram expulsos do Paraíso. Saíram chorando e foram ter vizinhos, tiveram que trabalhar, pagar Imposto de Renda e consultar os filhos nos hospitais do SUS – Serviço Único de Saúde.

Certo dia apareceu um sujeito muito sabido e simpático lá no Congresso Nacional. Ofereceu um mundo melhor ao nosso político. Prometeu-lhe muito dinheiro, mais prestígio e mais poder. Prometeu ainda que se o nosso político colocasse o dinheiro na cueca, ou nas meias, ficaria mais sabido e mais poderoso de todos. O nosso político caiu em tentação e cuecou o dinheiro. Como Deus, não gostamos do político esperto demais e o expulsamos de Brasília. Ele e o sujeito simpático foram parar na cadeia. Teve que ganhar seu sustento com o suor do próprio rosto. O castigamos por corrupção ativa. Colocamos o simpático na cadeia por corrupção passiva, isto é, enganou o nosso político que era honesto e inocente.

O pecado de Eva não foi conversar com a serpente nem pegar a maçã. Foi morder a maçã, saboreá-la. Eva poderia ter continuado amiga da serpente, poderiam ficar conversando por horas a fio. O que irritou Deus foi Eva aceitar conhecer outro mundo. Afinal, Ele havia construído um mundo perfeito para ela... Um paraíso!

Sabemos que existem corruptores em cada esquina deste mundo. Toleramos que eles se aliem aos nossos políticos, financiem suas campanhas eleitorais e até sejam suplentes. Mas não permitimos que nosso político saia do mundo que construímos para ele e vá viver no mundo oferecido pelo corruptor sabido e simpático.

Os corruptores estão soltos por aí, mas somos tão rígidos com eles que fizemos leis para levá-los à cadeia. O erro de Deus foi não punir a serpente. Deixou-a impune no Paraíso. Ela continua solta por aí e a qualquer momento pode levar outra maçã... Só que desta vez ao Congresso Nacional.

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