MARIA.
Ana Zélia
MARIA! MARIA! Sonhadora como tantas.
Quem um dia olhará teu rosto, corpo, alma? Quem?
São Maria como tantas.
Maria da lama, da cama, Maria que ama o mundo sem sabê-lo tão cruel.
Louca Maria!
Maria louca!
Só os loucos amam os homens “são” se consideram sábios e amam a si, não aos outros.
Como amar os loucos?
MARIA DAS ONDAS, DAS ESQUINAS, do dia, da noite, vagalume que pisca-pisca tentando atrair a si o companheiro.
Ah! Maria! Maria!
Maria de tantos, Maria sozinha! Maria Santinha! Maria Oncinha! Maria Ritinha! Maria Lindinha!
Maria com tantos nomes, Maria sem nome, acompanhadas, sozinhas!!!
Manaus, 20.11.1995
========================
Nota da autora- Em uma viagem Belém-Manaus num catamarã da extinta-ENASA, se ver de tudo, uma senhora trazia uma criança de uns dois anos que ela chamava de Conceição, ela batia na pequena, pegava pelos cabelos e a colocava do lado de fora do navio, eram preciso atenção de todos.
Quando a criança dormia ela sumia, diziam que por ser mulher da vida, era assim que ela vivia, seu nome era Maria e cada homem a chamava de uma forma diferente. Coisas que nos revoltam, fizemos o comandante dar atenção total as duas, ficaram sob a responsabilidade da enfermeira do navio até desembarque em Manaus. Faz muito tempo, só hoje a publico, mesmo já tendo ir ao ar pelas ondas do rádio quando apresentava o programa momento poético.
Manaus, 02.maio de 2010.
|