Usina de Letras
Usina de Letras
200 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->42.O DIA -- 07/12/2002 - 09:23 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



Enregela-se o pobre neste frio,

Que a luta pela vida continua,

Mesmo quando vai alta a clara Lua,

A pôr fulgores límpidos no rio.



Eis o contraste torpe desta rua

Em que, ao grosso poeta, o desafio

É de acender da bomba o seu pavio,

Em que as cores da nesga o Sol estua.



Caso requeira alguém explicação

Do verso, que complica o entendimento,

Dize que existe dentro um coração



Valente, quando pára um só momento,

Embora saiba ser um fato vão

Fazer um verso só ou mais de um cento.









II



Não vou queimar este projeto lindo,

Só p ra dizer que fruo o pessimismo.;

Mas é que vai mui lento o espiritismo,

Se quem nos lê está mais desistindo.



Quando a pessoa fica no batismo,

Sem ver que o bom estudo é quase infindo,

É hora de mudar de tema, rindo,

P ra não cair no fundo deste abismo.



Valei-me, caro mestre, nesta hora,

Fazendo, para o verso, um pedestal,

Antes que a turma toda vá embora,



Dizendo que está mal, e coisa e tal.

É que a bondade n alma inda vigora,

Conquanto o desperdício seja igual.









III



Confessa, caro amigo, a tua ofensa,

Ao ver frustrada a rima da poesia,

Conquanto, ainda, agora, todavia,

Nos dizes que à atenção te leva a crença.



Tu alma, quando vê que o verso esfria,

Já move uma desculpa que dispensa.;

Nos diz que esta jornada está mais tensa,

Para se estimular filosofia.



Eu vim dar de barato um simples verso,

Mostrando fáceis jogos de palavras:

Idéias nas estrofes que eu disperso.



Qualquer pode fazer igual a mim,

Estruturando os metros destas lavras,

Recomendando amor aqui no fim.









IV



— “Burlei a vigilância do meu mestre!”

Dizia um energúmeno poeta,

Compondo uma poesia bem completa,

Sem dar-lhe sentimento de terrestre.



Querendo disparar uma só seta,

Mostrava ser inútil que se adestre,

Nas artes de montar, valor eqüestre,

Quem sabe que a esperança a alma veta.



É mais comum a trova que se pensa,

Que o povo gosta mesmo é de poesia,

Embora não se encontre aqui quem vença



Os ricochetes desta teimosia,

Que o tempo passa sempre, sem detença,

Enquanto o mestre a burla mais vigia.









V



Após quatro sonetos, eu me rendo,

Que o bicho da poesia entrou em mim.

Agora falta um verso-querubim,

Que englobe o sentimento num adendo.



Eu sei que vou levando, assim, assim,

Na ânsia de evitar um som horrendo,

Mas que fazer, se estou sempre correndo,

No intuito de chegar a um belo fim?!



Preciso freqüentar esta oficina,

P ra mor de melhorar meu desempenho,

Que o treino só bons versos origina.



Aí, irão saber por que aqui venho,

Trazendo as nobres leis desta Doutrina,

Honrando o bom leitor com meu engenho.









VI



As áspides que portam seu veneno

Apenas se defendem, pobrezitas.;

Não sejam, encarnados, parasitas,

Buscando, nesta estrofe, um som ameno.



É bom fazer soar algumas gritas,

Que é como co a verdade aqui aceno,

Se bem que, quando leio, não condeno

Os que põem paz e amor nestas escritas.



O mestre recomenda mais carinho,

Como se fora um ovo aqui, no ninho,

Gerando um sentimento mui formoso,



Pois quem me lê respeita o meu caminho,

Sem exigir nobreza neste pouso:

Apenas mais prazer, pois ler é gozo.









VII



O sétimo soneto tem mais pinta,

Que o verso agora mais se aperfeiçoa.

Antes, pensava em escrever à toa,

Mas a verdade o sentimento finta.



Que vão dizer da rima, que está boa,

Conquanto muita vez a língua minta?

Não quero que se afirme estar extinta

A verve do poeta que destoa.



Ao festejar a vida, em belo corso,

Não sabe quem festeja o grande esforço,

Que fez quem teve a idéia da comédia.



Por isso, recomendo que o amigo

Se afaste do conforto desse abrigo

E sinta o amargo gosto da tragédia.









VIII



Um verso só desejo que se mude,

Para tornar a rima bem batuta,

Pois, sempre que minh alma mais perscruta,

A trova acaba sendo muito rude.



De longe, o coração a voz escuta,

A repetir a lei: — “Estude! Estude!”

Mas na maldade preso, como em grude,

Eu quero só montar estrofe astuta.



Não seja tão teimoso, caro amigo,

Não queira seguir junto aqui comigo,

Que estou mui perto de profundo abismo.



É com Jesus que deve de seguir

Quem quer chegar mais puro ao devenir,

Nas sendas deste amor-espiritismo.









IX



Não faça cara feia para o verso.;

Espere que termine esta poesia:

Nem sempre o que parece fancaria

Mantém o coração no mal imerso.



Se plange o sino, que melhor faria

Do que deixar o som no ar disperso?

Da mesma forma, o tema que aqui verso

Pode deixar um rastro de alegria.



As dúvidas do amigo se declaram,

Ou são suspeitas só de falsidade,

Por não ver no soneto algum valor?



As minhas, cá no etéreo, não pararam,

Porque não tenho o acesso da verdade,

Enquanto não sentir no peito amor.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui