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Poesias-->43.O DIA -- 08/12/2002 - 09:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



Não tenhas ilusão quanto à Doutrina,

Que as coisas lá do Céu não vão cair:

Se for para pensar em bom porvir,

Estuda o que Kardec mais ensina.



E faze como o nosso Wladimir,

Que, mesmo aqui, sentado na latrina,

Está a lamentar não ser divina

A rima que rejeita ao refletir.



É claro que este tema é controverso,

Impróprio para as páginas morais,

Que os homens hão de vê-lo mui perverso.



Porém, falar do Pai vai ser demais,

P ra quem nesta maldade está imerso,

A ponto de os leitores ver iguais.









II



Disseram que podia versejar,

Sem medo de sofrer a vil censura,

Mas temo não fazer uma cesura,

Que alguém já não comente: — “Devagar!”



Não sei como esta turma aqui atura

Quem tenha uma tesoura a retalhar

A idéia, pondo outra no lugar,

Em desrespeito a toda criatura.



Um verso só queria dar ao povo,

Que contivesse um tema muito novo,

Saído destas notas de rascunho.



Mas, quando muito gosto do meu verso,

Será fatal que rime com perverso,

Devendo dar de mim só testemunho.









III



Queria ser mais útil nesta lida,

A fim de melhorar seu desempenho,

Pois é nessa intenção que sempre venho,

Ditando o pobre verso a toda a brida.



Não é mais fácil de levar o lenho,

Quando se tem amor pela corrida,

Que representa a luta pela vida,

Ao dar de si o poderoso engenho?



É claro que um só verso não comove,

Nem se requer que a rima nos comprove

Que o verso cai do Céu para a Doutrina.



Assim a fé vai ter o seu lugar,

Embora alguém comente: — “Devagar!

Estuda o que Kardec mais ensina!”









IV



As trovas vão formando um bom volume,

Conquanto exista quem lhe dê censura,

Mas, se a esperança surge toda pura,

Um verso só a lei maior resume.



Um dia a nossa glosa vem a lume

E o torpe orgulho aí ninguém segura:

Vai ser preciso um padre com tonsura,

P ra perdoar a droga do ciúme.



Mas que fazer se o verso tem magia,

Se dá respeito o povo p ra poesia,

Julgando o vate sempre um escolhido?!



Se Deus ouvisse a voz deste poeta,

Dizendo à criação: — “O verso veta!” —,

Teria a mente humana o seu olvido.









V



Inspira-me, Senhor, um verso só,

Para levar ao povo mais ventura.

Retira de minh alma a vil frescura,

Porque pretendo ver na rima pó.



Aceita, respeitando a minha jura,

Que sofra toda a dor que sofreu Jó.

Não tenhas pelo pobre qualquer dó,

Enquanto mantiver minh aura escura.



Mas abre um bom caminho para o ouvinte,

Por ter-te comprovado alta paciência,

Acompanhando o verso, grosso acinte,



Que não teve um só tom de complacência:

Embora o ingênuo ouvido a rima finte,

Carrega o peso ingente da consciência.









VI



Apressa-me o escrevente nesta hora,

Hesitando, ao me pôr a lhe ditar

O verso, que queria devagar,

Dizendo compreender esta demora.



Contrastes não se devem de rimar,

Em versos de improviso, como agora.

Melhor era ter ido logo embora,

Para a lição do Centro preparar.



Pretendo terminar este soneto,

Senão o meu concurso fica preto

E vão dizer que houve obsessão.



Levante os olhos para ver a luz

Que esparge pelo mundo o bom Jesus,

Que aqui embaixo está final bem chão.



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