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Poesias-->45.O DIA -- 10/12/2002 - 07:48 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



São restos que transmito dos meus sonhos,

Na fórmula inconsútil da poesia,

Ternuras que se fazem melodia,

Dulcíssimos solfejos mui risonhos.



Quem dera transformasse em sinfonia

Os versos pobres, ríspidos, bisonhos,

Que, assim, não passarão de sons tristonhos,

Para lembrar que alguém se foi, um dia.



Deixei a minha verve aí na Terra,

Na crença de que aqui o eterno dom

Se punha no improviso que se encerra



No coração de quem sempre foi bom.

Porém, meu versejar hoje se emperra,

Pois vibro das maldades o acre tom.









II



— “Quem mau se reconhece até vai bem!” —

Hão de exclamar os bons nesta leitura.

Porém, quem se arrepende não tem pura

A alma, por sofrer como ninguém.



E saibam que o sofrer torna insegura

A rima, que virtude não contém,

Porquanto a dor alheia vai também

A crédito de cada criatura.



Se querem ver o mundo transformar-se

E para cada ser dar-se a catarse,

Aceitem toda a lei deste universo.



E sigam direitinho os seus rigores,

Conhecendo as razões de suas dores,

Pensando em, qualquer dia, pôr em verso.









III



O céu se abre em nesgas coloridas,

No fim da tarde pura do Nordeste.

— “Ó Pai, que bela a vida que nos deste,

Fazendo as nossas almas desabridas!”



O coração aspira ao ar celeste,

Às vezes esquecido destas vidas,

Na linha das ações que geram lidas,

Conquanto um verso só não há que preste.



Correi, caros irmãos, com vossa prece,

Os sonhos do perfeito neste vale,

Pois a lei da matéria favorece



Que o verdadeiro Amor aqui se cale:

Diante da beleza, o bem se esquece,

Deixando que a Maldade se erga e fale.









IV



Eu temo não estar bem certo disto,

Que o belo o sofrimento sempre acalma,

Por isso, este poema p ra minh alma,

Conquanto sem primor, não é malquisto.



Jesus, em seu burrico, com a palma,

Era de todo o povo mui benquisto.

Dizia-se a sorrir: — “Eis nosso Cristo!”

E o amor por toda a gente o bem espalma.



Uma semana após, não mais que isso,

Ergueram, no calvário, a grossa cruz,

Pensando à religião prestar serviço.



A humanidade não viveu Jesus.

Da mesma forma, eu temo o compromisso

De vir trazer aqui da rima a luz.









V



Se for buscar ao bem um doce atalho,

Querendo chegar logo ao Paraíso,

Entenda que também será preciso

Estruturar a senda do trabalho.



Eu quis correr no verso, agora falho,

Ao perceber a falta de juízo.

Assim, nos meus propósitos diviso

Que o verso simplesmente é quebra-galho.



Não leve a sério, pois, os desatinos

Que o coração mui ávido proclama

E ponha a bimbalhar todos os sinos,



Tirando os vícios todos dessa cama:

Faça os cuidados serem peregrinos,

Para reconhecer que o Pai o ama.









VI



Jesus, valei-me, nesta hora triste,

Em que este verso geme a dor do pobre.

— “Mas se ninguém vai ler, não há quem cobre!”

Só a justa consciência, dedo em riste!



Talvez qualquer valor ainda sobre,

Que algum leitor amigo ao bem conquiste.

Por isso, o coração me diz: — “Insiste,

Para que enfim o mal n alma se dobre!”



— “Caso Jesus não venha, estou perdido!” —

Reflito co os botões, desiludido

Da própria fé, semente de mostarda.



Mas faço versos cheios de esperança,

Que a caridade é bem que sempre alcança

Felicidade, mesmo quando tarda.



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