Usina de Letras
Usina de Letras
151 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62070 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->50.O DIA -- 15/12/2002 - 07:00 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



As trevas são prenúncios da maldade,

Que o coração se enche de suspeitas.

Enquanto n alma as dúvidas espreitas,

O medo para os crimes persuade.



É o Sol que tu na vida mais respeitas,

Porque te dá prazer, sem caridade,

E vem de muito longe essa bondade,

Desde que as coisas todas foram feitas.



Cumpre com teu dever de criatura

E estende, pela noite, o compromisso

De alimentar o bem que se depura,



Levando ao companheiro o teu serviço.

Não ajas nessa lida sem lisura,

Que o Sol pela manhã tem bem mais viço.









II



Confronta-te com quem te desafia,

Se o medo te deixar apavorado.;

Mas põe o coração em tal cuidado,

P ra não fugires triste da porfia.



Não digas ao poeta: — “Hoje me enfado,

Que o tema que desejo p ra poesia

Ninguém melhor que eu aqui faria” —,

Deixando este soneto abandonado.



A luta que se trava junto à mesa,

Até pode não ter a tal grandeza

Que a empáfia determina para o verso.



Porém, quando se encerra a boa glosa,

É lídimo o prazer que a alma goza:

O bem mais importante do Universo.









III



As uvas estão verdes p ra raposa,

Se n alma dela apenas mora o tédio,

No entanto, há de dizer: — “Mas que remédio:

Eu tenho de enfrentar quem tanto ousa.”



Será que tem paciência este meu médium,

Para escrever bobagens nessa lousa,

Ou quer que a gente dite uma outra cousa,

Para fazer valer o nosso assédio?



Trabalho noite e dia neste texto,

No intuito de mostrar meu sentimento,

Pois faço da poesia só pretexto,



Para ver se meus créditos aumento,

Pois sei que, ao concluir o canto sexto,

Ao meu canto retorno, em sofrimento.









IV



As “dicas” que me deram, noutro dia,

Para formar uns versos com tempero,

Não hão de combinar co o desespero

Que sinto, ao preparar esta poesia.



Alguns irão pensar em exagero,

Quando disser-lhes que melhor faria,

Se fosse cantar noutra freguesia,

Livrando-lhes do lúgubre entrevero.



Gostei da liberdade da gramática,

Tornando a minha glosa bem mais prática:

Licenças que um poeta muito estima.



Mas, quando a mente permanece extática,

Causando no dial somente estática,

É hora de fechar a pobre rima.









V



— “Não há de ter, por certo, o que fazer

Quem se dedica tanto a um pobre verso!”

É esse um sentimento mui perverso

De quem não compreende o bom dever.



Nem tudo há de caber neste universo,

Que o mal há de trocar com bem-querer.

Se cá viesse apenas por prazer,

O tom da melodia era diverso.



Eu faço, simplesmente, isto que posso,

Modesto no evangelho que aprendi,

Que a caridade e o bem bastante endosso.



No entanto, ao demonstrar o que senti,

No alto da cabeça o medo coço,

Que há coisas que jamais diria aqui.









VI



Pretendo despejar-me brevemente,

Que o fim está chegando de mansinho.

Eu vou agradecer o seu carinho,

Pois quem orou por mim é muito gente.



Desculpe, se lhe fui somente espinho,

Se não soube cumprir com meu batente.

Já disse alguém que o verso sempre mente.;

E disse por estar sempre sozinho.



Passado tanto tempo desse verso,

O artista já esqueceu o seu motivo,

Levando a pura alma em bem imerso.



Assim, o bom amigo, estando vivo,

Um dia, há de sentir, incontroverso,

Este meu Cristianismo Redivivo.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui