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Ensaios-->O FAZER LITERÁRIO -- 21/06/2000 - 15:47 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Uma pesquisa sobre o fazer literário tem à partida vários ângulos possívis para sua fundamentação.
O primeiro deles é o de ler e procurar entender como foram gerados os textos literários através da história.
O segundo seria ouvir e ler o que há sobre a gênese do texto literário e suas técnicas de produção. O terceiro consiste em respeitar e aprender sobre a prática e a experiênmcia individual dos escriores, que são os representantes legítimos do fazer literário. Partindo naturalmente da tese de que o fazer literário é essencialmente a dinâmica da elaboração e da prática da escrita nos vários gêneros da literatura.
As Faculdades de Letras, os Institutos e os cursos de Letras em geral introduzem em seus cursos sobre teoria da literatura onde se oprivilegia a informação a respeito dos textos teóricos já canonizados pela recepção crítica internacional. Entre eles: a 'Poética' de Aristóteles, a 'Epístola aos Pisões' de Horácio, o 'Tratado do sublime' do Pseudo-Longino, a 'Arte Poética' de Boileau e, moderna e contemporaneamente os textos estéticos de Hegel, XCrioce, Lukacs, Max Bense. Os teóricos damliteratura contemporânea têm como modelos a polifonia e dialogismo de M. Bakhtine,a estilística de Dámaso Alonso, o estruturalismo e a semiologia do Circulo de OParga, e a teoria narrativa de Roland Barthes, Gremas, Genett e Pul Ricouer, sem nunca esquecer a síntese teórica sobre o que seja um texto literário com nível de arte apresentada por Iuri Lotman em seu livro 'A Estrutura do texto artístico'. Há teorias unicistas como aqueles defendiam o formalismo como porta única que leva ao texto literário e teorias pluralistas que defendem a concepção aberta do texto, como Umberto Eco e outros.
Além de uma teoria estudada e intelectualizada, os autores e produtores literários têm uma prática. Essa prática consiste no exercício da própria escrita. Em sua Oficina Literária criada e desenvolvida na Universidade de Brasília no final da década de 60, o escritor Ciro dos Anjos achava que para adquirir uma boa prática da escrita, o candidato a escritor deveria ler e frequentar algumas aulas sobre composição literária. Numa segunda etapa deveria preocupar-se em ouvir depoimentos exemplares de escritores sobre a experiência da criação literária e numa terceira e última fase, seria convidado a criar seus próprios textos que seriam submetidos à análise e à crise do grupo de Oficina.
Evidentemente que não basta conhecer a história mundial da produção literária, nem ler os melhores e mais clásscios tratados de poética, como não basta ter falado com os melhores escritores nacionais ou estrangeiros. O candidato a escritor deve entrar na prática séria da escrita literária. Essa prática deve ser orientada no sentido de dar ao novo escritor o peso da expressão artística da palavera. Muda tudo quando se tem teoria, hábito de recepção crítica e prática do fazer literário.
Até hoje, a Universidade tem sido a melhor orientadora teórica da produção do texto literário.É ela que manipula os melhores textos teóricos sobre a criação literária, e é ela também quem mais convida os melhores especialistas sobre literatura, é ela que organiza debates, conferências, seminários, congressos e reúne em seus átrios os grandes escritores e mestres da palavra literária.
Mas isto não é tudo. Encontramos na soeciedade leiga grandes talentos que simplesmente escrevem sem terem conhecimentos técnicos ou especializados. Quando são dotados e talentosos, sua escrita tem perfil e personalidade. São os escritoes autônomos ou independentes. A comuniadde cultural de um país sempre respeita os autodidatas. E encontramos muitas vezes autênticos gênios que embora não tenham a forma clássica do dizer, têm o domínio da palavra e fazem textos espontâneos e criativos que monopolizam nossa admiração.
Na prática, os novos escritores terão toda a conveniência de se aproximar dos mais experimentados criadores literários. Ouvir, ler e debater os processos técnicos da escrita, pode ser a grande forma de aperfeiçoar e chegar à plenitude da dominação do processo no domínio da expressão. Treinar e chegar a saber o que é um texto artístico e como um texto pode transformar-se em sistema de representação do mundo vivencial, do mundo social, do mundo anímico e do mundo cousal, é buscar a forma mais díreta de alguém fazer o treinamento que lhe é conveniente para crescee e se auto-afirmar.

by João Ferreira
Brasília, Junho de 2000
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