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Ensaios-->PLANTAS TÓXICAS ( Saúde - Fitoterapia) -- 15/11/2000 - 15:03 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
INTOXICAÇÕES

INTRODUÇÃO:

· 90 A 95% das intoxicações ocorrem com crianças.

· Freqüência das intoxicações:

1) Medicamentos,
2) Produtos de uso domiciliar,
3) Plantas,
4) Inseticidas.

TRATAMENTO:

1) Fazer cessar a exposição do organismo ao tóxico:

A) Se o tóxico penetra por via respiratória a conduta é a remoção do paciente do ambiente contaminado.

B) Se o contato do tóxico é com a pele a conduta é a remoção das vestes seguido de banho corporal com água fria.

C) Se o tóxico é ingerido a conduta é esvaziamento gástrico (tanto mais útil, quanto mais rápido ocorrer, se possível no lugar do acidente):

C1) Emese expontânea:

C2) Emese provocada:

· Dedo ou espátula na parede posterior da orofaringe.

· Ingestão de líquidos emetizantes:

Eméticos: Emetina: ( Injetável, utilizado somente em hospital)

Xarope de Ipeca: (Pode ser usado no domicílio )

OBS.1: Água morna com sal não é indicado em crianças principalmente pelo risco de desequilíbrios hidro-eletrolíticos.

OBS.2: Água e leite não são indicados, pois, embora diluam o tóxico aumentam a superfície de absorção, podendo fazer que o tóxico seja mais absorvido.

OBS.3: Contra indicado a indução de vômitos nos seguintes casos:

· Pacientes torporosos ou comatosos,
· Que ingeriram derivados de petróleo ( Ex.: querosene ) ou cáusticos ( Ex.: Soda cáustica),
· Durante crises convulsivas.

C3) Lavagem gástrica:

· Indicada até 4 horas da intoxicação,
· Sonda introduzida pelo nariz ou pela boca até o estômago ( no. 8 a 12 ) passando de 20 a 50 ml por vez, repetindo em torno de 12 vezes até a saída de líquido claro.

· OBS.1: Na maioria das lavagens estomacais o que se visa é a remoção do tóxico.

· OBS.2: Existem entretanto substâncias usadas com eficiência na lavagem gástrica:

· Ácido tánico para neutralizar bases:
· Solução de Permanganato de Potássio 1: 10.000, para neutralizar plantas tóxicas;
· Bicarbonato de sódio a 5%, na intoxicação de sulfato ferroso;
· Hidróxido de magnésio ( 25 g. em 1 litro de água ), na intoxicação por ácidos;
· Carvão ativado como adsorvente de muitas drogas.

PROFILAXIA:


1) Guardar todas as drogas e substâncias tóxicas fora do alcance de crianças.

2) Não armazenar produtos tóxicos junto com alimentos.

3) Guardar todas as substâncias tóxicas nos seus recipientes originais, não transferi-las para outros recipientes.

4) Eliminar os medicamentos quando fora de uso, ou guarda-los fora do alcance das crianças.

5) Nunca oferecer medicamentos de aspectos ou sabor atrativos como se fossem guloseimas; referir-se a elas sempre como remédios. Não pegar ou dar remédios no escuro.

6) Todos os tipos de inseticidas devem ser guardados em lugares fechados a chave.

7) Ler as instruções antes de usar um produto químico.

8) As soluções de limpeza ( querosene etc.) Não devem ser deixadas em estantes baixas ou no chão.

9) Não conservar, em vasos ou jardins, plantas consideradas tóxicas.

10) Todos os produtos considerados comerciais potencialmente tóxicos, particularmente inseticidas (principalmente de uso domiciliar ), devem ter, nos seus invólucros, informações sobre constituintes, perigos cuidados, nos casos de intoxicação.

11) Comprar apenas pequenas quantidades de medicamentos muito potentes.

12) Não tomar pílulas na presença de crianças.

13) Não Jogar remédios velhos ou produtos de limpeza, desembrulhados, na lata de lixo, onde a criança poderá acha-los.

14) Não transformar o acidente em um círculo vicioso de outros acidentes: não perder a calma.

15) Sempre que possível, divulgar essas medidas.

PLANTAS TÓXICAS:

1) Anacardium occidentale : CAJUEIRO

CLÍNICA:A clínica consiste em vômitos cólicas e diarréias quando da ingestão do óleo extraído da castanha, irritação da pele e mucosas pelo contato direto.

TRATAMENTO: Sintomático

2) Asclepia curassavica
CAPITÃO-DE-SALA , OFICIAL-DE-SAL, PAINA-DE-SAPO, CEGA-OLHO

CLÍNICA: Incluída na família das Asclepiadaceae. Cólicas, diarréias, vômitos, taquicardia, midríase, taquipnéia, hipotonia muscular, coma e morte decorrem da ingestão da planta. Perturbações oculares podem ser devidas ao contato da planta com o globo ocular ( conjuntivite, lacrimejamento, fotofobia, etc.).

TRATAMENTO: Sintomático e lavagem gástrica.

3) COGUMELOS

CLÍNICA: É um tipo de intoxicação que começa a aparecer agora no nosso meio, pela introdução entre nós de hábitos de origem Européia.

A intoxicação pelos cogumelos divide-se em dois grupos:

1) Intoxicação com incubação rápida;

2) Intoxicação com incubação lenta, onde a sintomatologia se inicia 6 a 40 horas após a ingestão.

No 1o. Grupo, a sintomatologia pode ser de vários tipos. Por exemplo, os efeitos provocados pela intoxicação por Dealbata e Inocybe são do tipo dos provocados pelo organo-fosforados ( Hipersecreções cardiovasculares, miose, etc.). O tratamento consiste no uso de atropina. Vômitos cólicas e diarréias são comuns na intoxicação por cogumelos do tipo Russulus, Boleto, Tricholoma, etc. O tratamento é sintomático.

No 2o. Grupo, a sintomatologia mais grave é encontrada nas intoxicações de longo tempo de incubação. O Cortinarius orellanus leva a insuficiência renal grave. A conduta é a usual para esses casos. A espécie Cyromitra esculenta promove síndrome hemolítico que deve ser tratado com transfusões de sangue. Insuficiência hepática grave pode ocorrer por intoxicação de Amanita phalloide. A diálise peritoneal, entre outras medidas, pode ser útil.

4) Delphinium sinensis
Esporinha

CLÍNICA: Possui na sua fórmula a delfinina, um tipo de alcalóide responsável pela sintomatologia tóxica ( cólicas, vômitos, diarréia ).

TRATAMENTO: Lavagem gástrica e sintomático.

5) Dieffenbachia picta
Comigo-ninguém-pode, Aninga-do-Pará .

CLÍNICA: Os efeitos tóxicos provêm da grande quantidade de oxalato existente na planta. O contato direto produz irritação e maceração da mucosa da boca e da faringe, levando à dor intensa, secreção e edema. A deglutição e a fala tornam-se difíceis. Esofagite e estenose cicraticiais do esôfago são raras, mas podem ocorrer.

TRATAMENTO: Lavagem gástrica, protetores da mucosa, anti-histamínicos, corticóides, antibióticos.

6) Jathopha curcas
Pinhão-de-Purga,
Pinhão Paraguaio Purgante-de-cavalo, Mafuiguassu

CLÍNICA: Graves distúrbios gastrintestinais podem ser originados da ingestão do fruto ou das sementes, levando inclusive ao choque e à insuficiência renal. O látex existente na planta pode causar irritação da pele e mucosas.

TRATAMENTO: Lavagem gástrica e eméticos. Medidas sintomáticas.

7) Lithraea brasiliensis
Aroeira-brava

CLÍNICA: Ocasiona dermatite alérgica.

TRATAMENTO: Sintomático

8) Manihot utilissima
Mandioca

CLÍNICA: Pertence a família das Eurphorbiacea, é muito usada no nosso meio como alimento. Apesar de não se poder fazer uma diferença morfológica, em termos populares, são divididas em dois tipos: mandioca doce ( ou aipim, macacheira, mandioca-manteiga, etc. ) e mandioca brava ( ou mandioca amarga, mulatinha, preta, manupeba, Maria-mole, etc.) Ambos os tipos apresentam propriedades tóxicas decorrentes da presença de um heteróside, e faseolunatosídeo, que, sob influencia de enzimas e ácidos, decompõem-se hidroliticamente, liberando ácido cianídrico, glicose e aldeído. Esses princípios tóxicos, no entanto, podem ser mais ou menos ativos, dependendo de vários fatores ( época do ano, tipo de solo, clima, idade da planta, etc. ). A exposição de raiz à luz ou ao calor forte elimina a toxidez, motivo pelo qual qualquer tipo de mandioca pode ser usado na fabricação da farinha. A intoxicação geralmente se dá pelo uso de mandioca mal cozida ou mesmo bem cozida, levando a quadro variado: Náuseas, vômitos, cólicas, diarréia e desidratação, seguindo-se tonteiras, convulsões tônicas, opistótono, contração dos maxilares, bradipnéia, asfixia, cianose e morte.

TRATAMENTO: - Em termos gerais, segue-se o tratamento proposto por Chem e Rose ( 1956 ) baseado em que metahemoglobina interfere na ligação dos cianetos com a citocromo oxidase, reação essa responsável pelas manifestações clínicas decorrentes da hipoxia histotóxica causada pela inibição da respiração celular. Para a formação da metahemoglobina, os autores preconizam:

- Uso de nitrito de amido, inicialmente, por aspiração a curtos intervalos de tempo e, em seguida, o nitrito de sódio por via venosa ( 1 a 10 ml de solução a 3%);

- Hipossulfito de sódio que reage com o cianeto, formando tiocianetos atóxicos, em presença de enzimas específicas ( a dose recomendada é de 1 ml / Kg, da solução a 25%, por via EV)
uso do ACTH foi preconizado por Lurie ( 1953 ) na dose de 25 mg, várias vezes por dia.
Medidas sintomáticas e evacuadoras do estômago são úteis desde que a criança não esteja torporosa.

9) Ricinus comunis
Mamona, Carrapateira, Palma-de-Cristo, rícino

CLÍNICA: Essa planta é incluída na família das Euphorbiaceae e de grande difusão no nosso meio. A rícina, que é o princípio tóxico, é encontrada no embrião, no tegumento e na carúncula da amêndoa. A ingestão de pequena quantidade da planta pode levar a morte. Citam-se casos de óbito em crianças e adultos que ingeriram, respectivamente, 3 grãos e 12 a 20 grãos. óleo extraído da semente ( óleo de rícino ) quando usado em doses exatas, tem apenas efeito laxante. A clínica da intoxicação é variada: Náuseas, vômitos, cólicas, irritação das mucosas, diarréias sanguinolenta, seguidos de distúrbios eletrolíticos, choque, insuficiência respiratória e insuficiência renal. Aglutinação das hemáceas também é decorrente da ação da rícina.

TRATAMENTO: Condutas para evacuação do estômago ( eméticos, lavagem gástrica, etc.).
Tratamento sintomático e de sustentação, visando principalmente ao combate da insuficiência renal

10) Senecio brasiliensis
Maria-mole, Flor-das-almas

CLÍNICA: Náuseas, vômitos, cólicas e depressão neurológica fazem parte da intoxicação aguda decorrente em princípio de alcalóides existentes na planta. A intoxicação crônica ainda não foi descrita no nosso meio apesar de ser em outros países.

TRATAMENTO: Lavagem gástrica, eméticos e sintomáticos.

11) Solanum sizymbrifolium
Joá, Juá

CLÍNICA: Pertence a família das Solanaceae e possui um fruto comparável à ameixa. Quadro gastrintestinal domina as manifestações tóxicas, podendo ocorrer incoordenação muscular e confusão motora.

TRATAMENTO Sintomático e lavagem gástrica

12) Urtica dioica
Urtiga

CLÍNICA: O contato com a planta provoca irritação da pele com prurido e placas urticariformes.

TRATAMENTO: Sintomático


VEGETAIS BELADONADOS

CLÍNICA: Pertencentes à famílias Solanaceae, produzem intoxicação aguda em grande parte da população infantil. As espécies mais comuns são: a) Meimendro ( Hyosciamus niger), MEIMENDRO-NEGRO: Hyosciamus nigra Família: Solanácea
Planta muito venenosa usada pelos naturistas para asma, cólicas e enjôos de viagem, e na Homeopatia tambem é usada.
b) Hyosciamus albus, c) Datura arborea e suaveolens ( saia-branca ), Datura fastuosa (Trombeta roxa ). Os alcalóides são os principais responsáveis pelo quadro tóxico que se inicia com náuseas e vômitos, seguindo-se boca seca, eritema da face, hipertermia, oligúria, taquicardia, midríase e alterações psíquicas.
As crianças podem apresentar excitação extrema ou depressão que evolui, às vezes, para torpor e coma

TRATAMENTO: Medidas evacuadoras do estômago, como, por exemplo, lavagem gástrica com permanganato de potássio a 1:1000. Medidas físicas para combater a hipertermia e tratamento cauteloso da excitação.

13) TROMBETEIRA: Datura stramonium Família: Solanáceas

14) BELADONA: Atropa belladonna - Familia: Solanácea

Obs: Atropa denominação dada por Linneo pelo nome da parca encarregada de acabar com a vida dos mortais. Belladonna pelo uso das donas romanas de utilizarem seu suco para embelezarem a pele (4) e os olhos. Seus frutos possuem um violento narcótico que induz com freqüência a morte de crianças atraídas por seus frutos.

15) DEDALEIRA: Digitalis purpurea - família: Escrofulariáceas

Assim como na dose terapêutica se regulariza os batidos do coração e ao mesmo tempo se aumenta sua força na intoxicação se debilita as contrações cardíacas e diminui-se a produção da urina até a sua supressão. Ocorrem náuseas e vômitos dores de estômago e diarréia.

16) ERVA-DE-SANTA-MARIA: Chenopodium ambrosioides Família: Quenopodiaceas

O seu uso em forma de tintura não é aconselhavel por ser uma planta tóxica que em doses elsvadas pode ocasionar a morte. É abortiva.

17) ESPIRRADEIRA: Nerium oleander Família: Apocináceas

A planta é tóxica, existindo relato de intoxicações até pelo perfume da planta, por ingestão de suas flores e até por se ter comido um churrasco cujo espeto utilizou sua madeira. A água onde ficam suas folhas é tóxica. A ação tóxica da planta vem reduzindo com o cultivo. A sua ingestão pelo gado pode levar a quadro desde superagitação a paralisia e morte.

18) PAPOULA: Papaver somniferum Família: Papaveráceas

Dela se extrai o ópium.

PLANTAS DE USO EXTERNO:

19) CONFREI: Synphitum officinale Família: Borragináceas

obs: Os alcalóides encontrados nas folhas são tóxicos para o fígado. Evitar para uso interno as folhas, principalmente as mais novas. Tem efeito comprovado cicatrizante devido a alantoina que estimula a proliferação celular.

20) ARNICA: Arnica montana família: Compositae

obs: Usada internamente em doses elevadas pode causar irritação gástrica, náuseas, vômitos, cólicas distúrbios nervosos e circulatórios. Externamente pode causar reações de hipersensibilidade de fundo alérgico, provocando rubor e ardor local. (2)

PLANTAS ABORTIVAS:

21) GUINÉ: Petiveria alliacea Família Fitolacaceas

Obs: As raízes tem efeito abortivo. Deve ser usada com parcimônia pois podem levar a imbecilidade e a morte (3), por isso eram chamadas pelos escravos de “amansa senhor”.

22) ARRUDA: Ruta graveolens Família: Rutaceae

Obs: Usado na Gestação pode acarretar morte fetal, abortivo. De qualquer forma o uso interno deve ser feito com cuidado por seus enérgicos efeitos.

PLANTAS QUE INDUZEM A VÍCIO:

23) TABACO: Nicotiana tabacum

24) MACONHA: Cannabis sativa

25) PAPOULA - ÓPIO: Papaver somniferum

26) COCAINA: Erythroxylum coca

REGRAS DE SEGURANÇA EM FITOTERAPIA:

1. Nunca use plantas que não conheça;

2. Nunca aumente doses de uma receita, mesmo não sendo venenosas doses altas podem ser tóxicas;

3. Nunca use internamente plantas ou remédios com indicação de uso externo;

4. Não use venenos ou inseticidas em plantas medicinais;

5. Não use plantas doentes, com bichos, mofadas ou de lugares poluídos;

6. Deixe sempre remédios e plantas medicinais longe das crianças, para evitar acidentes de envenenamentos.
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