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Contos-->Náufrago de si mesmo- Cap II -- 07/11/2002 - 16:17 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois do sucesso da negociação recebi os cumprimentos dos sócios da empresa pelo telefone, eles estavam muito satisfeitos com o meu trabalho, me agradeceram e prometeram uma boa recompensa, quem sabe um aumento ou uma participação maior nos lucros da empresa.
Eu também estava muito feliz, este tinha sido o maior feito profissional de minha carreira, eu estava surpreso comigo mesmo, não sabia que tinha essa habilidade para negociar tão nata.
Até o sócio bonachão me cumprimentou, claro que muito a contra gosto e com um olhar ainda de desprezo nos olhos, com um charuto na boca e com aquela arrogância de sempre.
Aquela noite foi muito tranqüila, liguei para o meu amor e falei do meu feito, ela ficou esfuziante, deu uns gritos de alegria, nos falamos por alguns minutos, não dava vontade de desligar, pena a ligação ser internacional e tão cara, nos despedimos na marra, mas felizes da vida e com muitos planos, novos planos...Queria muito estar com ela aqui, para dançarmos no meio da sala, bem devagar, num abraço forte sem nunca mais querer soltar.
Resolvi sair pela cidade sem destino, para conhecer melhor aquele lugar que havia me trazido tanto triunfo e alegria, passei por catedrais seculares, pareciam palácios feitos para Deus morar neles, por praças verdes repletas de crianças brincando e gritando, quem sabe um dia eu volte aqui para os meus filhos brincarem também, passei por muitos lugares,mas não quis parar em nenhum, só queria olhar de longe e imaginar.
Quando estava chegando no hotel vi aquela praça que dá de frente para o meu quarto e resolvi ficar ali sentado um pouco, olhando para o céu e sonhando com o futuro que agora parecia ser tão real e já existia dentro de mim, pensava no meu amor, o que ela estaria fazendo agora, a julgar pela hora daqui, lá ela já deve estar acordando para mais um dia.
Num banco bem enfrente ao meu vi um casal abraçado conversando, parecia ser o mesmo casal da noite anterior que havia visto lá do meu quarto, este deve ser o lugar deles, onde eles sempre se encontram, assim como devem ter uma música só deles, um sonho só deles...Fiquei prestando atenção neles e algo de muito familiar havia neles.
Ora! Veja você que era o mesmo casal do avião, nossa que coincidência, esse mundo é mesmo muito pequeno, estavam lá eles tão grudados quanto estavam no nosso vôo, o amor é mesmo a razão de nossas vidas, que graça a vida teria se na tivéssemos alguém para se amar e alguém para nos amar.
Voltei para o hotel e subi para o meu quarto, estava me sentindo muito leve e muito tranqüilo, essa seria a minha última noite por aqui, tomei um belo banho, fiquei na banheira longos minutos relaxando e pensando no sucesso e no que eu poderia fazer daqui para frente, queria muito me casar com o meu amor, sempre sonhei com um casamento bonito, queria ter dinheiro para fazer uma festa inesquecível, com uma tenda branca no meio de um jardim, fontes iluminadas de várias cores, uma orquestra tocando belas músicas...Enfim uma festa de sonhos.
Adormeci lentamente, queria aproveitar bem aquele Dia, por fim o sono me venceu e me levou mais uma vez para o mundo dos sonhos que eu tanto vivo mesmo acordado, sonhei mais uma vez que estava num lugar muito bonito, cheio de pássaros, arvores e o mar bramia o som suave de suas ondas quebrando na praia, o vento soprava do mar para a terra e trazia um cheiro de um perfume especial, o mesmo que o meu amor usou quando eu a conheci, era tudo tão tranqüilo, até que me deparei com a deplorável figura do Sócio bonachão, rolha de poço, charuteiro....Acabei acordando assustado, também não era por menos, um sonho tão gostoso desse se torna mesmo um pesadelo ao surgir tal figura horripilante.
Quando despertei já era manhã, olhei para o relógio na cabeceira da cama e já eram quase 7 horas, meu vôo saia ás 8:30, já estava atrasado, havia me esquecido de pedir para o serviço de quarto me acordar, também com toda aquela euforia que tinha tomado conta de mim na noite anterior na lembraria de nada mesmo.
Tão logo saltei da cama para arrumar minhas coisas, o telefone tocou, era o serviço de quaro me dizendo com o sócio bonachão mandou me acordar, agradeci e pedi para eles ligarem para ele e agradecerem tal elegância da parte dele.Ora, que homem folgado, pensando que podia tomar conta da minha vida, eu sabia muito bem me cuidar.
Em alguns minutos organizei minhas roupas e materiais de trabalho (na verdade joguei tudo dentro da mala),fui rápido e logo deixei meu quarto e desci para tomar o desjejum, acordei com fome, não era muito fã de cafés da manhã, mas não resistia aos verdadeiros banquetes que esses hotéis oferecem aos seus hospedes logo pela manhã.
Fartei-me com uma fatia de mamão, um pouco de queijo branco e goiabada, tomei um suco de laranja, um cacho de uvas, pão de centeio, iogurte, melancia, melão...comi quase tudo que tinha lá, um pouquinho de cada, alegria e comida sempre combinaram muito bem.
Pronto para a viagem de regresso me dirigi ao lobby de entrada onde me juntei ao sócio bonachão que me aguardava já fumando um daqueles fedorentos charutos e com a cabeça enfiada no meio do jornal, apenas me olhou pelo canto dos olhos, ato esse que me irrita, denota um ar de pessoas traiçoeiras, ele estava com o seu indefectível terno preto muito elegante, sua gravata vermelha e um belo chapéu negro, pena seu corpo imenso e desajeitado deformar tão bela roupa.
Pegamos um táxi, dessa vez o motorista era árabe, nem preciso dizer que não entendia uma palavra, o sócio bonachão arranhava até umas palavras com ele, este deve ter viajado o mundo inteiro já, apesar de sua personalidade arrogante este era um homem muito culto, não era muito bom no trato coma as pessoas e sua figura era meramente decorativa na empresa, embora fosse dono de muito capital e respeitado por seus outros sócios pela sua experiência, talvez o único motivo que fizesse seus companheiros mantê-lo como sócio.
Chegamos ao aeroporto ainda a tempo de pegar o nosso vôo, apesar do trânsito carregado daquela manhã de quinta-feira, ainda tive tempo de comprar uma lembrançinha para minha mãe numa loja especializada nessas coisas, um pequeno bonsai, ela adorava plantas desse tipo, e para o meu amor comprei uma caixinha de música, era um carrossel, algo assim bem infantil, nosso amor era de adulto,mas as crianças que viviam dentro da gente sempre nos acompanhavam.
Dessa vez tive um pouquinho de sorte, não me assentei ao lado do bonachão e sim de uma senhora de mais idade, ela parecia ser uma pessoa alegre, usava um vestido púrpuro muito lindo, era elegante e exalava um perfume que lembrava muito o de minha mãe, afinal a viagem de volta seria bem mais agradável que a de vinda.
Os últimos passageiros a chegarem, veja você, foi aquele mesmo casal, estávamos sempre nos reencontrando, voltaríamos no mesmo vôo talvez eles tenha vindo passar uma breve lua de mel por aqui, foi uma boa escolha, no lugar deles também escolheria tal cidade, existia uma energia muito grande por lá.
Aquele casal parecia me dar sorte, pensei no final da viagem puxar papo com eles, saber melhores quem eles realmente eram, formavam um lindo casal.

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